Quase 21 por cento dos alimentos consumidos pelos portugueses não pertencem à Roda dos Alimentos, concluiu um relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Entre esses alimentos estão bolos, doces, bolachas, snacks salgados, pizzas, refrigerantes e bebidas alcoólicas. No caso das bebidas, apesar de a água ser a bebida mais consumida pela população portuguesa, o "consumo inadequado" de refrigerantes é uma realidade, sobretudo nos adolescentes, com um consumo médio de 164 gramas por dia.

São 43 por cento os adolescentes que referem beber diariamente refrigerantes e consomem em média mais do que um refrigerante por dia.

O consumo de fruta e hortícolas encontra-se, a nível nacional, abaixo do recomendado e, pelo contrário, o consumo de carne, pescado e ovos está acima dos valores aconselhados.

Segundo o relatório, os resultados do consumo alimentar da população portuguesa revelam "disparidades significativas" entre os diferentes grupos etários.

As crianças e os adolescentes são os que consomem maior quantidade de leite, iogurte e cereais de pequeno-almoço, mas, em contrapartida, são o grupo que menos ingere fruta e produtos hortícolas. Em todas as faixas etárias a carne é mais consumida do que o pescado.

Através de dados do Inquérito Alimentar Nacional 2015/2016 e do Inquérito Nacional de Saúde Física de 2015, agora publicados, o relatório vinca que há uma "profunda desigualdade na distribuição da doença", que é influenciada pelo gradiente social. No fundo, os menos escolarizados e mais pobres têm maior carga da doença e fazem piores escolhas alimentares.

No que se refere à obesidade infantil, que tem sido estudada nos últimos anos, Portugal apresenta alguma estabilização entre 2008 e 2013, embora ainda acima da média europeia.