Uma equipa de cientistas internacionais conseguiu imprimir células vivas em 3D para serem usadas na recuperação de lesões na espinal medula.

O dispositivo inovador impresso em 3D poderá, no futuro, ajudar pacientes com lesões na espinal medula a recuperarem pelo menos parte das suas funções motoras.

Em causa está uma matriz impressa em 3D, feita de silicone, que serve como plataforma para células vivas especializadas que são depositadas no dispositivo por meio de impressão 3D.

A ideia é que a matriz seja implantada cirurgicamente na área lesada da espinal medula, onde servirá como “ponte” entre as células nervosas vivas acima e abaixo da área da lesão.

Isso não apenas ajudaria os pacientes a terem menos dor, mas também pode refazer as ligações neurais para que se possa recuperar algumas funções, como o controlo dos músculos, do intestino e da bexiga, disseram os autores.

“Esta é a primeira vez que se consegue imprimir diretamente células-tronco neuronais derivadas de células humanas adultas numa matriz impressa em 3D e fazer com que as células se diferenciem em células nervosas ativas no laboratório”, afirmou Michael McAlpine, da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.

“O facto de termos sido capazes de manter cerca de 75 por cento das células vivas durante o processo de impressão 3D e transformá-las em neurónios saudáveis é bastante surpreendente”, acrescentou.

“Este é um primeiro passo muito entusiasmante rumo ao desenvolvimento de um tratamento para ajudar as pessoas com lesões na espinal medula. Atualmente, não existe nenhum tratamento eficaz e preciso para as pessoas com lesões na espinal medula de longo prazo”, disse Ann Parr, outro autor do estudo.

Os resultados da investigação foram publicados na revista Advanced Functional Materials.