O consumo de bebidas alcoólicas em adolescentes está associado a mudanças no perfil metabólico, segundo um novo estudo da Universidade da Finlândia e do Hospital Universitário de Kuopio.

Algumas dessas mudanças podem estar relacionadas com o volume reduzido de substância cinzenta do cérebro, especialmente em mulheres jovens que bebem em demasia.

As descobertas lançam uma nova luz sobre as implicações biológicas do consumo de álcool em adolescentes e podem contribuir para o desenvolvimento de novos tratamentos.

“Por exemplo, adolescentes que bebem em excesso apresentaram concentrações aumentadas de 1-metil-histamina, que, por sua vez, foi associada à redução do volume de substância cinzenta cerebral”, disseram os investigadores, que explicaram que a 1-metil-histamina é formada no cérebro a partir da histamina produzida por respostas imunes.

“As nossas descobertas sugerem que a produção de histamina é aumentada nos cérebros de adolescentes que bebem muito. Essa observação pode ajudar no desenvolvimento de métodos que tornam possível detetar efeitos secundários causados pelo álcool num estágio muito precoce. Possivelmente, também podem contribuir para o desenvolvimento de novos tratamentos para mitigar esses mesmos efeitos”, esclareceram.

“O que é novo e significativo sobre o nosso estudo é o fato de que observámos alterações no perfil metabólico, mesmo em jovens que consumiam álcool a um nível que é socialmente aceitável. Além disso, nenhum dos participantes do estudo tinha um diagnóstico de dependência de álcool”, lê-se no artigo publicado.

Os resultados indicam que beber, mesmo sem ser de forma excessiva, tem efeitos adversos sobre os jovens, tanto no seu metabolismo, quanto no volume de massa cinzenta do cérebro.