Uma investigação publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences sugere que as bactérias intestinais, em idade jovem, podem contribuir para o início e progressão da esclerose múltipla.

O estudo, realizado pela Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, testou ratos que foram projetados para ter uma pré-disposição para a doença; como os ratos normalmente não desenvolveriam esclerose múltipla, os investigadores usaram genes de risco associados à doença de pacientes humanos.

Quando os ratos geneticamente modificados foram colocados num ambiente estéril e livre de germes, não desenvolveram esclerose múltipla.

Mas quando foram expostos a um ambiente normal, que normalmente contém bactérias, os animais desenvolveram uma doença semelhante à esclerose e uma inflamação nos intestinos, sugerindo que as bactérias intestinais são um fator de risco que desencadeia o desenvolvimento da doença.

O estudo mostrou uma ligação entre a bactéria intestinal e a incidência da doença semelhante à esclerose múltipla, que foi mais proeminente numa idade mais jovem, quando a doença também é mais prevalente. Os ratos mais jovens eram mais propensos a desenvolver esclerose múltipla do que os ratos mais velhos.

Em combinação, a idade, as bactérias intestinais e os genes de risco de esclerose múltipla, parecem desencadear a doença. Este estudo foi também o primeiro a identificar mecanismos pelos quais as bactérias intestinais desencadeiam mudanças no sistema imunológico que estão subjacentes à progressão da esclerose múltipla.

Para os investigadores, as descobertas “podem ter implicações terapêuticas sobre o abrandamento da progressão da esclerose múltipla através da manipulação de bactérias intestinais”.