Uma terapia experimental para pessoas com esquizofrenia, que lhes permite estar cara a cara com um avatar de computador que representa as vozes atormentadoras das suas cabeças, provou ser promissor em testes iniciais.

Os cientistas que conduziram um estudo controlado descobriram que, após 12 semanas, os avatares foram mais eficazes na redução das alucinações auditivas.

Mais pesquisas são necessárias para investigar a abordagem noutras configurações de saúde, mas, se for bem-sucedida, a terapia pode "mudar radicalmente" as abordagens de tratamento para milhões de pacientes com psicose em todo o mundo.

As alucinações auditivas são, na sua maioria, ameaçadoras, o que causa muita angústia e ansiedade nos pacientes. Os tratamentos medicamentosos podem reduzir os sintomas na maioria dos pacientes, mas cerca de um em cada quatro continua a ser afetado por alucinações.

O estudo foi publicado na Lancet Psychiatry e envolveu 150 pacientes da Grã-Bretanha; 75 receberam terapia de avatar e 75 tiveram uma forma de aconselhamento de apoio. Todos continuaram com a sua medicação antipsicótica habitual ao longo do ensaio.

A terapia do avatar foi administrada em sessões de 50 minutos uma vez por semana, durante seis semanas. Antes de iniciar o tratamento, os pacientes trabalharam com um terapeuta para criar uma simulação computadorizada, ou avatar, da voz que mais desejavam acalmar, incluindo o que a voz dizia, como isso soava e como poderia parecer.

A equipa do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências do King's College, no Reino Unido, acredita que os resultados fornecem "evidências precoces de que a terapia com avatar melhora rapidamente as alucinações auditivas".