Um estudo do investigador Mitra Tavakoli, da Faculdade de Medicina da Universidade de Exeter, Reino Unido, mostrou ser possível detetar precocemente a diabetes tipo 2 através do cristalino do olho.

O estudo revela que medir o nível de autofluorescência no cristalino pode prever quem irá desenvolver diabetes tipo 2 ou pré-diabetes (que frequentemente leva a diabetes tipo 2).

Para a investigação, foram recrutadas 20 pessoas com diabetes tipo 2, 20 pessoas com pré-diabetes e 20 pessoas saudáveis correspondentes em idade.

Os cientistas usaram um biomicroscópio recentemente desenvolvido que consegue detetar os produtos finais da glicação avançada (AGE, na sigla em inglês) no olho.

O biomicroscópio faz um “scan” com uma luz azul no cristalino e mede a autofluorescência na luz verde refletida, dando a contagem dos níveis de AGE.

Os níveis elevados de AGE contribuem para o desenvolvimento de doenças e complicações derivadas da diabetes, tais como retinopatia ou neuropatia.

Foram detetados, nos participantes com diabetes tipo 2, níveis elevados de AGE, assim como nas pessoas com pré-diabetes.

O investigador conclui que este é um bom método preditivo, visto que os níveis de AGE estavam relacionados com os níveis de açúcar no sangue.

Outros estudos mostram que existe um atraso de até dez anos entre o desenvolvimento da doença e o seu diagnóstico, pelo que rastreios e meios de deteção mais simples poderão ajudar na deteção precoce.