Apesar de bem-intencionados, os tutores britânicos que importam cães abandonados de outros países, estão a colocar milhões de animais de companhia do Reino Unido em risco.

O alerta foi dado pela British Veterinary Association (BVA), que depois de ouvir a classe médico-veterinária revela que nove em cada dez veterinários britânicos estão preocupados com este “movimento migratório” de cães abandonados.

Os médicos veterinários britânicos defendem que os cães abandonados provenientes de outros países e com historiais de saúde desconhecidos podem ser portadores de doenças exóticas potencialmente perigosas.

A BVA revela que pelo menos 40 por cento dos médicos veterinários detetaram, no último ano, doenças novas ou raras associadas a cães importados para o país.

A leishmaniose – uma zoonose, doença que pode ser transmitida ao homem – revelou-se a mais detetada (por 27 por cento dos veterinários). Para além desta foram detetadas ainda outras doenças exóticas entre os animais como a erliquiose e a dirofilariose, ou parasita do coração.

Segundo John Fishwick, Presidente da BVA, a vontade de adotar cães abandonados ou negligenciados de outros países e dar-lhes uma casa no Reino Unido é completamente compreensível por serem uma nação de amantes de animais.

O problema é que as consequências podem ser desastrosas para a saúde e bem-estar dos outros animais, assim como dos humanos.

Os médicos veterinários mostram-se extremamente preocupados com os riscos que se colocam com a adoção de animais com historiais clínicos desconhecidos, e são da opinião de que as consequências para a população de cães do Reino Unido devem pesar mais do que o benefício de apenas um animal.