Uma equipa de cientistas da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos da América, desenvolveu um novo tratamento oncológico para o osteossarcoma canino que permite tratar os animais sem necessidade de quimioterapia.

O osteossarcoma canino afeta os ossos dos cães e atinge cerca de 10 mil animais nos EUA, todos os anos. A doença atinge maioritariamente animais de média idade a geriátricos. Classicamente é um processo oncológico que afeta cães de raças grandes a gigantes, nomeadamente São Bernardo, Dogue Alemão, Setter Irlandês, Doberman, Pastor Alemão e Golden Retriever.

Recentemente os cientistas conseguiram criar uma vacina a partir do próprio tumor do cão que permite atacar as células cancerígenas – uma descoberta que vem permitir prescindir da quimioterapia e evitar, dessa forma, os efeitos secundários frequentemente associados a este tipo de tratamento.

A vacina foi feita a partir do próprio tumor do animal para ser reconhecida pelo sistema imunitário. Esta foi a primeira vez que os cães com osteossarcoma experienciaram uma sobrevivência prolongada sem receber quimioterapia.

De acordo com os cientistas, os cães que receberam esta nova terapia conseguiram mais de 400 dias de remissão, uma evolução considerada “um êxito” em comparação com os 270 dias conseguidos para os cães que receberam quimioterapia no âmbito de um estudo do Instituto Nacional do Cancro, dos EUA.

Nos humanos, o osteossarcoma é muito menos comum do que nos cães, com cerca de 900 casos a serem diagnosticados anualmente, nos EUA, metade dos quais em crianças ou adolescentes.

Os cientistas da Universidade do Missouri pretendem agora continuar a investigação com o fim de otimizar a terapia e iniciar ensaios clínicos em humanos com a esperança de que possa ser a solução para outros tipos de cancro, nomeadamente o osteossarcoma metastático em crianças.