Destroçado com a morte do seu gato, o chinês Huang Yu decidiu clonar o animal. Por detrás do procedimento esteve a Sinogene, uma empresa de biotecnologia comercial de clonagem de animais sediada em Pequim, que já clonou 40 cães e que, pela primeira vez, conseguiu clonar um gato.

Para clonar o felino, a empresa chinesa implantou células da pele do gato original, de nome Garlic, em óvulos recolhidos noutros gatos e, depois de um choque elétrico e químico, cerca de 40 embriões clonados foram implantados em quatro gatas.

A inovação sugere que a clonagem pode tornar-se num negócio viável na China.

O objetivo da Sinogene passa por clonar animais em extinção, nomeadamente pandas. De acordo com Chen Dayuan, da Academia Chinesa de Ciências, a organização está a estudar a possibilidade de clonar um panda utilizando uma gata como mãe portadora – embora um panda seja muito maior do que um gato na idade adulta, ao nascer o seu tamanho é similar e a gestação dura entre dois e três meses.

A clonagem de animais de companhia não se limita à China (Barbara Streisand disse ter clonado a sua cadela duas vezes) e os gatos também já são clonados há anos, no entanto, Garlic foi o primeiro felino a ser clonado na China, o que vem fortalecer a sua posição entre os países que mais clonagens realizam, e que incluem os Estados Unidos, o Reino Unido e a Coreia do Sul.

Na opinião de Jorge Cid, bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), a clonagem cria um animal morfologicamente igual, mas a sua personalidade pode ser completamente diferente. Sobre a possibilidade de a clonagem de animais de companhia ser uma prática no país, o bastonário refere que existe capacidade científica para o fazer, no entanto, o processo é bastante dispendioso, e não há mercado para tal.