Os benefícios de caminhar regularmente vão além dos efeitos imediatos. E quanto mais rápido se caminha, maiores as vantagens, razão pela qual os especialistas da Harvard Medical School a consideram uma forma ideal de exercício para alcançar o bem-estar e a longevidade.

As caminhadas aceleradas frequentes ajudam a diminuir o mau colesterol (LDL), a controlar o açúcar no sangue e a reduzir o risco de hipertensão arterial, doenças cardíacas, AVC e diabetes. Além disso, fortalecem os músculos, queimam calorias e melhoram o humor.

De acordo com o Dr. Diego Redolar, especialista em neurociência, neuromodulação e neuroimagiologia, caminhar apenas 30 minutos por dia promove a formação de novos neurónios no hipocampo, uma estrutura importante para a memória.

Durante muito tempo a comunidade médica pensou que não poderiam ser gerados novos neurónios no cérebro. O órgão era visto como uma entidade estática, que simplesmente se degenerava à medida que se envelhecia ou devido a lesões cerebrais. Hoje sabe-se que não é assim, ou seja, que se formam novos neurónios num processo denominado neurogénese.

A neurogénese é essencial para melhorar a função cognitiva, especialmente à medida que se envelhece. Esta ocorre em duas partes do cérebro: o hipocampo e o bolbo olfativo. Ao que parece, essa região pode produzir entre 700 e 1.500 novos neurónios por dia. Pode não parecer muito quando se considera o número total de neurónios que possuímos, mas mesmo esse pequeno número é importante, pois mantém muitas conexões neurais existentes ativas.

Aliás, se estes novos neurónios não forem formados as pessoas experimentam alterações nos mecanismos de memória, o que pode levar a oscilações de humor. Por exemplo, na depressão major, esta neurogénese hipocampal está alterada. Segundo o Dr. Redolar, fazer caminhadas ajuda o hipocampo a desenvolver mais neurónios, o que é útil para os mecanismos de memória e também para prevenir doenças como a depressão grave.