Estima-se que até 2050 o número de indivíduos com 65 anos ou mais excederá 1,5 bilhão globalmente, o que acentua a necessidade de compreender mais profundamente o processo de envelhecimento, particularmente no que diz respeito ao cérebro.

Sabe-se que a prevalência de distúrbios neurodegenerativos, como a demência, aumenta com o envelhecimento, no entanto, as terapias eficazes ainda são muito limitadas. Uma identificação precoce e a intervenção no envelhecimento cerebral poderiam ajudar a prevenir tais distúrbios.

A idade biológica do cérebro humano pode ser estimada utilizando algoritmos preditivos que são baseados em características de imagem cerebral, como volume e área de superfície, mas também pode ser possível descobrir a idade biológica do cérebro e o seu estado de saúde através das proteínas no sangue.

Na investigação, publicada recentemente na revista Nature Aging, a equipa de especialistas utilizou dados de imagens cerebrais multimodais de 10.949 adultos saudáveis com idades entre ao 45 e 82 anos para investigar potenciais indicadores de envelhecimento cerebral. Com dados do Biobanco do Reino Unido, os investigadores analisaram ainda a concentração de cerca de 3.000 proteínas no plasma sanguíneo de quase 5.000 indivíduos.

O trabalho permitiu identificar 13 proteínas que estão fortemente associadas ao envelhecimento biológico do cérebro, particularmente a Brevican (BCAN – uma proteína do sistema nervoso central). Importa referir ainda que os níveis de BCAN e de GDF15 no sangue também foram associados a demência, derrame e funções do movimento.

Os resultados permitiram apurar que as concentrações de muitas proteínas mudam com a idade biológica do cérebro ao longo de trajetórias distintas que, juntas, formaram três picos relacionados à idade cerebral nas idades cerebrais de 57, 70 e 78 anos. Segundo os especialistas, as mudanças não lineares nas concentrações de proteína sanguínea podem refletir transições na saúde do cérebro humano em idades específicas.