O cérebro treina-se quando se diversificam as atividades
O que podemos fazer para treinar a nossa mente e aprimorar as nossas habilidades cognitivas? A resposta a esta questão não envolve fórmulas mágicas nem nada que seja difícil de se cumprir. Além de bons hábitos de vida, como alimentação saudável e exercício físico, devem-se agregar pequenos desafios que entretenham a pessoa e, acima de tudo, que sejam variados e úteis.
DIETA E NUTRIÇÃO
CÉREBRO, DESCUBRA COMO ALIMENTAR OS NEURÓNIOS
O cérebro é uma substância branca e cinzenta situada no interior da caixa craniana do ser humano, que forma a parte anterior e superior do encéfalo, um dos constituintes do sistema nervoso central. LER MAIS
O leque de opções é muito amplo: pintar, aprender um idioma, escrever, resolver desafios numéricos... É importante, porém, que as atividades que se escolhe não sejam muito parecidas com o que já se costuma fazer, pois acaba por se automatizar essas habilidades, o que envolve pouco esforço mental.
Cada vez que executamos algo nunca feito antes, estamos a treinar o nosso cérebro. Neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões neurais em resposta a novas experiências e aprendizagens. Este mecanismo é implementado desde o primeiro momento e os resultados são imediatamente percetíveis.
Assim, na segunda vez que se tenta tocar um instrumento novo, já se faz melhor do que a primeira vez, ou, por outras palavras, já foram estabelecidas conexões entre neurónios que antes não existiam.
Os neurónios têm guardiões. Eles podem ser alterados por pequenas mudanças externas, pois são células extremamente sensíveis. Para cuidar deles e protegê-los, o cérebro conta com outras células, as células gliais, que atuam como suas assistentes particulares. Estas células fornecem-lhes os nutrientes e tudo o que é necessário para os manter equilibrados e a funcionar perfeitamente.
O nosso tempo é limitado pelo que convém fazer coisas de que se gosta e que motivem. A gamificação (trabalhar diferentes habilidades através de jogos) costuma ser muito eficaz nesse sentido. Por exemplo, com jogos de tabuleiro desenvolve-se o pensamento estratégico (para onde vou e o que pretendo alcançar). Também se conversa e ri com os jogadores e sabe-se que o humor traz enormes benefícios à saúde mental. Ao pequeno desafio cognitivo que se enfrenta soma-se a parte social, que também é essencial para manter o cérebro em forma.
Estar e sentir-se acompanhado também tem benefícios para o cérebro. Muitas vezes, ao partilhar um problema que nos mantém acordados de noite, simplesmente explicando-o, ele diminui e encontram-se soluções nas quais não se havia pensado. É um exemplo simples de como as relações sociais de qualidade beneficiam a saúde do cérebro. Procure rodear-se de pessoas com quem possa partilhar o seu mundo interior com confiança, sem medo de ser julgado e com base no apoio mútuo.
Ainda que se acredite que a mente é infinita, ela precisa de momentos de descanso para realizar as suas tarefas de manutenção. E isso tem de ser feito diariamente. Tal como não nos esquecemos de comer, não devemos prescindir de pequenos momentos de desconexão mental: pode ser tão fácil como ouvir música durante alguns minutos ou tomar um café enquanto se olha para o horizonte. Estas ações simples melhoram o desempenho cognitivo.