DERMATOLOGIA

O perigo das queimaduras solares

Obter um bronzeado ligeiro através de 'escaldões' frequentes pode ter consequências graves a longo prazo, alerta a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia.

O perigo das queimaduras solares

BELEZA E BEM-ESTAR

COMO EVITAR OS ESCALDÕES DO SOL


Um 'escaldão' é uma queimadura causada pela exposição excessiva à radiação ultravioleta, resultando em danos celulares que aumentam o risco de cancro da pele e aceleram o envelhecimento cutâneo. Essencialmente, um escaldão é um eritema solar, uma congestão da pele provocada pela exposição prolongada e desprotegida ao sol, que causa vermelhidão. Em termos simples, trata-se de uma queimadura solar, com todas as suas consequências.

Os efeitos negativos das queimaduras solares na pele são cumulativos, e a ocorrência de cinco ou mais escaldões duplica o risco de melanoma (o tipo mais grave de cancro da pele) em 80%. Além disso, não é apenas quando o sol está forte e visível que há risco de escaldão. A maior parte dos incidentes ocorre em dias frescos e nublados, devido à falsa crença de que "se não está quente, não queima", avisa a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia.

A razão científica para isto é que o calor é causado pela radiação infravermelha, que é filtrada pelas nuvens, enquanto a queimadura solar é provocada pela radiação ultravioleta, que é pouco afetada pelas nuvens. Por isso, é crucial usar protetor solar mesmo em dias nublados, conforme indicado no site da organização.

Se a pele apenas fica vermelha, deve-se interromper imediatamente a exposição ao sol e arrefecer a pele com água fria, através de duches frios ou compressas húmidas. É importante hidratar a pele com um creme leve que contenha ingredientes anti-inflamatórios, como aloé vera, evitando cremes espessos à base de óleos que podem reter o calor e agravar a queimadura.

Para queimaduras solares mais severas, que resultem em bolhas, pode ser necessário procurar ajuda médica e usar medicação tópica como corticoides, ou oral, como analgésicos ou anti-inflamatórios, como aspirina ou ibuprofeno, para reduzir a inflamação.

Nos dias seguintes a um escaldão, é essencial continuar com cuidados de proteção solar, evitando ao máximo a exposição adicional, utilizando compressas frias, mantendo a pele hidratada e bebendo muitos líquidos.

Deve-se usar roupa larga e leve para não acumular calor e evitar irritações adicionais, e não agredir a pele: não coçar, não puxar a pele que está a pelar, nem rebentar bolhas, para evitar infeções secundárias.

O segredo reside em evitar a exposição solar excessiva e, claro, aplicar protetor solar. Além de proteger o corpo e o rosto, a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia recomenda proteger também os lábios, orelhas e dorso das mãos, locais onde frequentemente surgem lesões pré-malignas e malignas, e usar protetor solar mesmo em dias com pouca radiação solar aparente.

Ficar à sombra de um guarda-sol ou de árvores é um dos conselhos do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), que também recomenda o uso de chapéu para proteger o couro cabeludo e roupas adequadas, especialmente em ambientes urbanos, seja em lazer ou trabalho.

"Sempre que possível, use camisolas de mangas compridas e calças ou saias compridas, que podem fornecer proteção contra os raios ultravioleta", aconselha o organismo, explicando que roupas molhadas oferecem "muito menos proteção UV" do que roupas secas, e que cores escuras podem oferecer mais proteção do que cores claras.

Fonte: Tupam Editores

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