GASTROENTEROLOGIA

Laxantes: conheça os riscos do uso frequente

A obstipação, popularmente conhecida como prisão de ventre, é caracterizada por dificuldade na evacuação, evacuação infrequente ou eliminação de fezes endurecidas. A baixa ingestão de líquidos, a alimentação pobre em fibras e o sedentarismo são alguns dos fatores que contribuem para esta disfunção intestinal.

Laxantes: conheça os riscos do uso frequente

DOENÇAS E TRATAMENTOS

OBSTIPAÇÃO LIBERTE-SE DESSA PRESSÃO!


Mas o quadro também pode ser resultante de problemas como a obstrução intestinal por tumores, irritação anorretal e o uso de determinadas classes de medicamentos (ex.: antidepressivos, analgésicos opioides, suplementos de cálcio e ferro, entre outros).

Geralmente, a hidratação e a adequação da quantidade de fibras na dieta são suficientes para corrigir o quadro de obstipação, mas, quando essas medidas não conseguem reverter o problema, a administração de laxantes pode ser necessária.
O tipo de laxante deve ser indicado pelo médico de acordo com a causa da dificuldade para eliminar as fezes, pelo que é fundamental consultar o gastroenterologista para que seja feita uma avaliação e indicado o melhor laxante.

O uso do laxante deve ser feito na menor dose recomendada e pelo menor período possível, levando sempre em consideração a prescrição médica, para evitar diarreias, desidratação e o uso abusivo do medicamento – que pode causar problemas ainda mais graves do que aquele que se destinava a solucionar.

A longo prazo, um uso indiscriminado de laxantes pode causar problemas para a saúde, como, por exemplo, a dependência. Os laxantes agem estimulando as contrações intestinais através da irritação e hipersecreção da mucosa, favorecendo a eliminação das fezes, o que ajuda a aliviar a prisão de ventre. No entanto, quando ingerido com frequência, o intestino pode tornar-se dependente do medicamento, passando a funcionar somente com os estímulos do laxante, pelo que a pessoa precisa de recorrer a doses cada vez maiores deste.

O uso excessivo e prolongado dos laxantes também pode levar a problemas cardíacos ou renais, já que pode causar desequilíbrio hidroeletrolítico do organismo. O que acontece é que alguns eletrólitos corporais, como sódio, potássio, magnésio e cálcio ficam desequilibrados.

A flora intestinal também pode ficar desequilibrada. No nosso intestino, possuímos milhões de bactérias “boas”, que auxiliam no processo digestivo. Elas são importantes para o equilíbrio do organismo como um todo e, quando são eliminadas na diarreia causada pelos laxantes, a absorção dos nutrientes fica prejudicada.

Além de prejudicar a flora bacteriana, o uso prolongado dos laxantes pode levar à irritação da mucosa intestinal. Com o tempo, essa irritação pode reduzir as rugosidades do intestino, que ajudam a moldar as fezes e facilitam as contrações intestinais.

Mas as consequências para o organismo não se ficam por aqui, o uso de laxantes pode mascarar as causas da obstipação. Doenças como diverticulose e cancro colorretal podem levar à prisão de ventre, por isso, mais do que aliviar os sintomas, é preciso entender o que está a levar à manifestação.

Não existe uma técnica definida para tratar indivíduos que abusam de laxantes. O importante é tratar a doença de base e ajustar as intervenções medicamentosas e hábitos de vida para manter a função gastrointestinal saudável.
O acompanhamento por profissionais de saúde é um elemento de grande relevância para a obtenção de bons resultados e a prevenção do uso inapropriado destes medicamentos.

Fonte: Tupam Editores

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