HEPATOLOGIA

Células do fígado influenciam o relógio circadiano

Um estudo coordenado pela Universidade de Queensland (UQ), na Austrália, revelou que as células do fígado influenciam o relógio circadiano interno do corpo, que antes se acreditava ser controlado exclusivamente pelo cérebro.

Células do fígado influenciam o relógio circadiano

DOENÇAS E TRATAMENTOS

SINAIS DE ALERTA DO SEU FÍGADO - A fábrica de processamento químico


A equipa de investigação demonstrou que ratinhos com células hepáticas humanas transplantadas modificaram os ritmos circadianos. De acordo com o Professor Associado Frédéric Gachon, o relógio biológico interno circadiano controla a maioria das funções biológicas, incluindo o sono, secreção hormonal, temperatura corporal e metabolismo.

Os ratinhos são noturnos, mas quando as suas células hepáticas foram substituídas por células humanas, o seu relógio circadiano avançou duas horas – estes comiam e dormiam em horários diferentes dos animais sem as células transplantadas.
Neste estudo, publicado na revista Science Advances, os ratinhos começaram a comer e a ser ativos antes do início da noite, o que é muito incomum para um animal noturno.

Até agora, pensava-se que a sincronização do ritmo circadiano dos mamíferos era controlada exclusivamente por um relógio circadiano central composto por um grupo de células cerebrais chamado núcleo supraquiasmático.

Este estudo mostra que as células do fígado humano num ratinho podem atuar no relógio central e modificar o comportamento circadiano. Doenças hepáticas e doenças metabólicas, como diabetes e obesidade, estão associadas a distúrbios do sono, alimentação irregular e distúrbios do relógio circadiano, e a investigação sugere que a função hepática anormal provavelmente está a levar a essa perturbação de ritmo.

O estudo permitiu aprofundar a compreensão dos mecanismos hormonais e neuronais envolvidos no papel do fígado no controle dos ritmos circadianos. Isto sugere que restaurar a fisiologia do fígado pode beneficiar a saúde e o bem-estar dos pacientes.

Além disso, mostra que a regulação dos ritmos circadianos é mais complexa do que se suspeitava e apresenta caminhos para a investigação de novos tratamentos potenciais para doenças metabólicas.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS