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Nutrição em geriatria: sabe o que os idosos devem comer?

O envelhecimento é um processo natural e progressivo caracterizado por modificações morfológicas, psicológicas, funcionais e bioquímicas que influenciam a nutrição e alimentação dos indivíduos. Todo este processo leva ao aumento do risco de défices nutricionais.

Nutrição em geriatria: sabe o que os idosos devem comer?

MATURIDADE E REFORMA

NOVOS PARADIGMAS DO ENVELHECIMENTO - Envelhecer com saúde e dignidade


Um estado nutricional inadequado no idoso contribui de forma significativa para o aumento da incapacidade física, da morbilidade e da mortalidade, condicionando assim a sua qualidade de vida. A desnutrição no idoso pode ser confundida com sinais de envelhecimento, pelo que é importante o reconhecimento precoce para se poder corrigir atempadamente.

A diminuição da ingestão alimentar por parte dos idosos pode ocorrer em consequência de vários fatores como, por exemplo, problemas de mastigação, de deglutição, perda ou diminuição de capacidades sensoriais (visão, olfato, paladar), patologias físicas, mentais e psiquiátricas, alterações gastrointestinais, desidratação, tabaco e bebidas alcoólicas e medicamentos.

A polimedicação, frequente nesta fase da vida, pode interferir no estado nutricional ao nível da absorção e metabolismo de vários nutrientes pela sua interação fármaco-fármaco, fármaco-alimento, fármaco-estado nutricional.

Na terceira idade, é comum ocorrer uma diminuição das necessidades energéticas, devido à diminuição dos mecanismos fisiológicos do organismo. A diminuição da atividade física e eventual perda de massa muscular é razão também para uma dieta com menos calorias, no entanto, as necessidades em vitaminas e minerais podem aumentar, especialmente vitaminas do complexo B (B6 e B12), vitamina D, E, K e minerais como cálcio, ferro e zinco.

Garantir um bom estado nutricional nesta altura pode ser um desafio. A alimentação do idoso deve ser completa, equilibrada, variada e baseada na Roda dos Alimentos, consumindo diariamente alimentos dos 7 grupos. Os idosos devem guiar-se pelas porções intermédias de cada grupo alimentar, e fazer entre 5 a 6 refeições diárias: pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.

O pequeno-almoço e os lanches deverão ser compostos por uma fonte de proteína (leite, iogurte, queijo), uma fonte de hidratos de carbono (pão, aveia, bolachas) e uma peça de fruta. O almoço e jantar deverão ser compostos por uma sopa de legumes, prato constituído por uma fonte de hidratos de carbono (arroz, massa, batata, batata-doce), uma fonte de proteína (carne, peixe, ovo), legumes e leguminosas. Para sobremesa optar por uma peça de fruta e ocasionalmente por uma sobremesa com pouco açúcar. A ceia deve ser uma refeição leve como, por exemplo, um chá e umas bolachas.

A ingestão de água deve ser reforçada, 1,5L/dia, pois os idosos têm elevado risco para a desidratação pelas possíveis perdas de líquidos e pela baixa perceção de sede. Para além desta, há outras recomendações a seguir: moderar o consumo de açúcar, sal, gorduras e bebidas alcoólicas; confecionar bem os alimentos para evitar toxinfeções alimentares; adaptar a consistência dos cozinhados quando existirem dificuldades na mastigação, deglutição e digestibilidade; fazer uma caminhada antes das refeições para estimular o apetite; estar atento às modificações involuntárias do apetite ou de peso.

O envelhecimento não deve ser visto como um problema, mas como uma parte natural do ciclo de vida, por isso o cuidado com a saúde será uma mais-valia para viver de forma autónoma o maior tempo possível.

Fonte: Tupam Editores

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