LESÕES

Seda é material promissor para reparar nervos lesionados

O tratamento de lesões nervosas com a ajuda de condutas de orientação do nervo levou ao sucesso regenerativo desejado em alguns casos, mas não em todos. Um estudo realizado recentemente por uma equipa de investigadores da MedUni Vienna e da Universidade de Oxford usou a seda como material promissor para reparar nervos rompidos.

Seda é material promissor para reparar nervos lesionados

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Guias para os nervos feitos de vários materiais, como quitosana ou colagénio, são, há cerca de três décadas, uma ferramenta cirúrgica importante para a reparação dos nervos. Trata-se de tubos que são suturados em ambas as extremidades de um nervo lesionado para unir o canal nervoso que se rompeu. Sob condições ideais, esses tubos já podem suportar o crescimento de fibras nervosas e células, mas atualmente apenas podem preencher pequenas lacunas.

Para aprimorar o método, os investigadores têm discutido o uso de material de preenchimento como estrutura guia dentro dos tubos. Estes devem servir como um “corrimão” para o nervo danificado, ao longo do qual o tecido em regeneração se pode orientar e crescer.

No seu estudo com seda de bichos-da-seda e de aranhas, os especialistas obtiveram novas pistas sobre os efeitos da seda nos processos de cura neuronal – o que pode contribuir para um avanço significativo nas opções terapêuticas na reconstrução do nervo periférico.

Para descobrir melhores opções terapêuticas para as lesões dos nervos, a equipa produziu condutas nervosas de dois tipos diferentes de seda: a seda dos bichos-da-seda foi usada para os tubos, já a seda das aranhas foi usada para os preencher.

A função destas condutas foi investigada num modelo animal, e as experiências mostraram que os nervos rompidos se adaptaram às novas condutas de orientação dos nervos de seda e cresceram ao longo dos fios de seda por todo o defeito até que as terminações nervosas cortadas estivessem novamente ligadas com sucesso. Para além da reparação do nervo, foi possível ainda analisar os componentes do processo de cicatrização em detalhes.

O estudo, publicado na revista científica Advanced Healthcare Materials, confirmou que os tubos feitos de seda do bicho-da-seda são equipados com uma parede porosa para garantir a troca necessária de nutrientes e resíduos, o que é importante para a funcionalidade dos nervos. Além disso, obtiveram-se informações sobre a estrutura molecular dos tubos, que é responsável pela sua estabilidade e evita dobras e rupturas.

Demonstrou-se ainda que as células cruciais para a regeneração nervosa aderem a ambos os tipos de seda, o que é um pré-requisito para a regeneração prosseguir. Segundo Christine Radtke, líder do estudo, esta investigação é um passo importante na neurociência regenerativa, no entanto, acentua a necessidade de futuros ensaios clínicos para confirmar os resultados atuais.

Fonte: Tupam Editores

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