Cancro: sinal de alerta pode revelar-se após beber uma cerveja
Fadiga persistente e inchaço dos gânglios linfáticos são alguns dos sintomas mais conhecidos do linfoma de Hodgkin, um tipo de cancro que apresenta melhores resultados de prognóstico quando detetado numa fase precoce.
A ciência avançou prodigiosamente na luta contra o cancro, mas o mundo natural tem sido o arsenal mais eficaz da medicina, fornecendo desde antibióticos a potentes fármacos.
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De acordo com a Clínica Mayo, há casos em que esta doença – cujos picos de incidência se verificam em adultos jovens, entre os 15 e os 34 anos, e depois a partir dos 55 anos –, se manifesta após beber um copo de álcool, como uma cerveja, por exemplo.
Para além da sensibilidade aos efeitos do álcool, as pessoas deverão estar atentas e consultar um médico se tiverem outros sintomas como: aumento de dimensões dos gânglios no pescoço, axilas e/ou virilhas; febre sem motivo aparente; suores noturnos intensos; fadiga severa; perda de peso não intencional e lesões da pele com ou sem comichão.
A Lymphoma Action, uma instituição do Reino Unido que se dedica, há mais de 35 anos, a apoiar os pacientes com este cancro, confirmou igualmente este tipo de sinal e acrescenta que, apesar de ser raro, os gânglios linfáticos inflamados podem ficar dolorosos pouco depois do consumo de álcool. Este efeito afeta até 5 em cada 100 pessoas com linfoma de Hodgkin.
Segundo o Dr. Graham Collins, hematologista da Universidade de Oxford, o álcool pode relaxar os vasos sanguíneos, o que pode levar a um maior aumento da pressão dos gânglios linfáticos, exercendo pressão sobre a cápsula circundante e causar dor.
Um artigo publicado na revista científica Anesthesiology, revelou que entre os pacientes afetados com linfoma de Hodgkin, as mulheres são as que têm maior propensão para sentir dor depois de beber. Curiosamente, o álcool presente no recheio de um bombom de chocolate tinha o mesmo efeito que um gole de cerveja no aparecimento dos sintomas.
Ao que parece, esta dor aparece imediatamente, tem intensidade variável, tornando-se insuportável em muitos casos, e pode ainda manifestar-se de forma lancinante. Muitas vezes o diagnóstico precoce do cancro é a salvação destes doentes, contudo, isso nem sempre acontece. Alguns pacientes tentavam acalmar a dor quando bebiam sem perceber que era o sinal de um cancro muito perigoso.
O artigo relatou casos de alguns jovens que tomaram analgésicos durante três meses para acalmar a dor, tendo-lhes sido posteriormente diagnosticado o linfoma de Hodgkin. Felizmente, os tratamentos a que estes doentes são submetidos têm, na maioria dos casos, uma taxa elevada de êxito – a taxa de sobrevivência a cinco anos situa-se atualmente nos 89%. Assim, um diagnóstico precoce é muito importante para se iniciar o tratamento o mais rapidamente possível.
