Risco de cancro da pele é maior em adultos com DA
A dermatite atópica (DA) é uma das doenças de pele mais comuns, existindo uma controvérsia sobre se implica um risco maior ou menor de cancro da pele. Um estudo realizado por investigadores da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, tinha como objetivo avaliar o risco de desenvolvimento de melanoma e carcinomas de queratinócitos (carcinoma espinocelular (SCC) e carcinoma basocelular (BCC)) em pacientes com DA.
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CANCRO DA PELE
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Esse risco foi avaliado num estudo de coorte retrospetivo que utilizou um banco de dados de reivindicações de 2007 a 2021. Foram incluídos dados de 60 milhões de adultos com 18 anos ou mais com e sem diagnóstico de DA que subsequentemente desenvolveram melanoma, SCC ou BCC.
Os investigadores descobriram que adultos com DA tinham um risco significativamente maior de desenvolver melanoma, SCC e BCC em comparação com aqueles sem DA (riscos relativos 1,23, 1,27 e 1,28, respetivamente) após o ajuste para variáveis de confusão como idade, sexo, raça/etnia, historial de tabagismo, historial de exposição ao sol, fototerapia ultravioleta e exposição à radiação ionizante.
Importa referir ainda que os adultos com DA moderada a grave tinham um risco significativamente maior de desenvolver melanoma, SCC e BCC em comparação com aqueles com DA leve (riscos relativos, 1,11, 1,25 e 1,17, respetivamente).
A investigação permitiu concluir que a DA está associada ao risco de cancro da pele, no entanto, essa associação ainda necessita de ser verificada em estudos mundiais bem delineados (especialmente estudos prospetivos não ocidentais).
Segundo Margaret Y. Huang, uma das investigadoras envolvidas, o mecanismo da DA que leva ao cancro da pele não é claro, razão pela qual são necessárias outros estudos para explorar a possibilidade de uma potencial patogénese.
A DA uma doença inflamatória crónica da pele, com início habitual durante a infância. A sua incidência tem vindo a aumentar ao longo dos últimos 40 anos, e atualmente estima-se que afete entre 10% e 20% da população pediátrica. Trata-se de uma doença muito comum, mais frequente em áreas urbanas.
Na maior parte das situações a patologia tende a melhorar muito e até a desaparecer com a idade, embora possa permanecer por toda a vida. A persistência é mais observada nos casos de aparecimento tardio.