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Má qualidade do sono pode afetar saúde do cérebro

O sono é um fator de risco emergente para a demência, mas a sua associação com a saúde do cérebro ainda não é clara. Um novo estudo levado a cabo por investigadores da Universidade Nacional da Austrália (ANU) permitiu concluir que a má qualidade do sono na meia-idade pode ter um impacto negativo na saúde do cérebro.

Má qualidade do sono pode afetar saúde do cérebro

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A investigação, publicada na revista Scientific Reports, incluiu 29,545 participantes do Biobank do Reino Unido com idades compreendidas entre os 37 e os 73 (idade média de  54,65 anos) com medidas do sono e exames cerebrais e um subconjunto de 14.206 participantes com medidas cognitivas. Foram realizadas análises de regressão linear múltipla para estudar as associações entre o sono e a saúde cerebral.

Cada hora adicional de sono acima das 7 h/dia foi associada a volumes cerebrais 0,10-0,25% menores. Por outro lado, observou-se uma associação não linear negativa entre a duração do sono, massa cinzenta e volume do hipocampo. Durações de sono mais longas (> 9 h/dia) e mais curtas (< 6 h/dia) foram associadas a volumes cerebrais e medidas cognitivas (memória, tempo de reação, inteligência fluida) menores.

De referir ainda que dormir durante o dia foi associado a volumes cerebrais mais baixos (massa cinzenta e volume do hipocampo esquerdo) e medidas cognitivas mais baixas (tempo de reação e inteligência fluida). Um sono de má qualidade (< 6 h/dia, > 9 h/dia, dormir durante o dia) na meia-idade foi associado a uma saúde cerebral mais baixa. O sono pode ser um alvo importante para melhorar a saúde do cérebro na velhice e retardar o início da demência.

Segundo a Dra Tergel Namsrai, autora principal da investigação, deve haver maior foco nas ligações entre o sono e a saúde do cérebro, além de mais estudos sobre formas de melhorar o sono. Os mecanismos subjacentes à ligação entre o sono e a saúde do cérebro não são bem compreendidos, pelo que há muito trabalho pela frente. No entanto, este estudo mostrou que pode ser um alvo importante se se quiser melhorar a saúde do cérebro na velhice e retardar o início da demência.

A demência está entre as principais causas de morte em todo o mundo e estima-se que afete 150 milhões de pessoas até 2050. Atualmente não há cura, o que torna a identificação dos fatores de risco ainda mais importante.

Importa referir que cerca de 20 a 40% dos casos de demência são atribuíveis a fatores não genéticos modificáveis. Os mais conhecidos incluem tabagismo, abuso de álcool e obesidade, mas o sono é um fator de risco emergente.

Fonte: Tupam Editores

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