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MARV: vacina mostra resultados promissores em estudo em humanos

Uma vacina experimental contra o vírus de Marburg (MARV) desenvolvida por investigadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) revelou-se segura e induziu uma resposta imune num pequeno ensaio clínico, o primeiro realizado em humanos. O resultado sugere que pode vir a ser uma ferramenta importante para responder aos surtos do vírus.

MARV: vacina mostra resultados promissores em estudo em humanos

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O estudo de Fase 1 em humanos testou uma candidata experimental a vacina MARV, conhecida como cAd3-Marburg. Esta vacina utiliza um adenovírus de chimpanzé modificado denominado cAd3, que já não se pode replicar ou infetar células, e exibe uma glicoproteína encontrada na superfície do MARV para induzir respostas imunes contra o vírus.

O MARV, um filovírus da mesma família do vírus Ébola, provoca uma doença febril rapidamente progressiva que leva ao choque e à morte numa grande proporção de indivíduos infetados. Os investigadores acreditam que os surtos da doença MARV em humanos têm início quando o vírus salta do seu hospedeiro animal primário, que provavelmente são certos morcegos infetados cronicamente na África subsaariana.

Os sintomas desta doença são semelhantes aos observados na doença do vírus Ébola e podem incluir febre, dor de cabeça, calafrios, erupção cutânea, dor abdominal, vómitos e diarreia. À medida que a doença progride, os pacientes podem sofrer de disfunção de múltiplos órgãos, delirium e hemorragia significativa do trato gastrointestinal ou de outros locais que podem resultar em morte.

Além de cuidados de suporte, não existem terapias específicas disponíveis para a doença MARV nem vacinas aprovadas. Embora algumas vacinas experimentais tenham sido testadas anteriormente, nenhuma provou ser altamente eficaz e fornecer proteção duradoura.

Participaram no estudo 40 voluntários, que receberam uma dose única de: ou uma dose baixa da vacina (1x1010 unidades de partícula) ou uma dose mais alta (1x1011 unidades de partícula).
Por segurança, os participantes foram inscritos num plano de escalonamento de dose. Três participantes receberam a dose mais baixa. Quando se verificou que não apresentaram reações adversas graves após os primeiros sete dias, o estudo prosseguiu inscrevendo os 17 voluntários restantes.

Para o grupo que recebeu a dose mais alta também foi usado o mesmo procedimento. Os voluntários foram monitorizados quanto a reações adversas à vacina experimental e avaliados em intervalos regulares durante 48 semanas para analisar as suas respostas imunes.

Os resultados de segurança do estudo revelaram-se encorajadores: não se registaram eventos adversos graves e a vacina experimental foi bem tolerada. Um participante do grupo que recebeu a dose mais alta desenvolveu febre após a vacinação, mas foi resolvida no dia seguinte.

Além disso, a vacina experimental pareceu induzir imunidade forte e duradoura à glicoproteína MARV: 95% dos participantes do estudo exibiram uma resposta robusta de anticorpos após a vacinação e 70% mantiveram essa resposta por mais de 48 semanas.

O próximo objetivo é realizar mais testes da vacina cAd3-Marburg no Gana, Quénia, Uganda e Estados Unidos. Se outros dados apoiarem os resultados promissores observados no ensaio de Fase 1, a vacina do vírus cAd3-Marburg poderá um dia ser usada em respostas de emergência a surtos de MARV.

Fonte: Tupam Editores

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