FOBIAS

Medo de locais públicos é comum em adultos com epilepsia

A epilepsia afeta diversas funções mentais e físicas e é uma condição muito comum, ocorrendo em cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, é a quarta doença neurológica mais habitual, sendo ultrapassada apenas pela enxaqueca, pelo AVC e pela doença de Alzheimer. Em Portugal, estima-se que atinja quatro a sete mil habitantes.

Medo de locais públicos é comum em adultos com epilepsia

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Embora investigações atuais tenham revelado a existência de um aumento de ansiedade e de depressão entre pessoas com epilepsia, pouco se sabe sobre esta população e a agorafobia – um transtorno de ansiedade que envolve o medo de estar num local público ou numa situação que possa causar pânico ou constrangimento.

Recentemente, um estudo realizado por cientistas da Escola de Medicina da Universidade Wake Forest, nos EUA, mostrou que os sintomas fóbicos e agorafóbicos são comuns e estão associados à má qualidade de vida em pessoas com a doença.

Segundo Heidi Munger Clary, investigadora principal do trabalho, a agorafobia pode levar a atrasos no atendimento ao paciente devido à relutância destes em estar em público, o que inclui as consultas com os profissionais de saúde, logo, é uma área que necessita de maior atenção na prática clínica.

No estudo, publicado online na revista Epilepsy Research, os especialistas analisaram uma amostra diversificada de 420 adultos, com idades entre 18 e 75 anos, com epilepsia que foram submetidos a avaliação neuropsicológica durante um período de 14 anos, no Centro Médico da Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

Foi possível apurar que acima de um terço dos participantes experimentavam sintomas fóbicos/agorafóbicos significativos. Os cientistas descobriram ainda que os estes sintomas, juntamente com os sintomas de depressão, foram independentemente associados à má qualidade de vida, mas os sintomas de ansiedade generalizada não.

Para a especialista, como os sintomas fóbicos/agorafóbicos não são avaliados normalmente pelos médicos, os resultados sugerem a necessidade de estudos futuros para desenvolver formas de despistagem mais abrangentes para a comorbilidade psiquiátrica na epilepsia.

Os sintomas da agorafobia não se sobrepõem totalmente aos sintomas generalizados de ansiedade ou depressão que são frequentemente identificados nas consultas de rotina. Os profissionais de saúde querem ter à disposição métodos de triagem de sintomas mais robustos para identificar e atender melhor esses pacientes.

Isto pode ser importante para melhorar a equidade na saúde, uma vez que outras descobertas importantes do estudo revelaram que aqueles com menor escolaridade e raça/etnia não branca tinham maior probabilidade de sintomas fóbicos/agorafóbicos significativos.

Fonte: Tupam Editores

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