Sódio e potássio na dieta influenciam risco de declínio cognitivo
Declínio cognitivo diz respeito a uma diminuição gradual das habilidades cognitivas, como memória, atenção e resolução de problemas. Apesar de ser uma parte natural do envelhecimento, também pode ser causada por várias condições médicas, como a doença de Alzheimer e outras formas de demência e até por determinadas opções de estilo de vida, como uma dieta pobre, falta de atividade física e isolamento social.
Estima-se que, actualmente, existam 20 milhões de pessoas, em todo o mundo, a sofrer de Alzheimer. A cada ano que passa, 4,6 milhões de pessoas são atingidas.
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A demência tornou-se uma das principais causas de morte e incapacidade entre os idosos em todo o mundo. Além de ser irreversível, há falta de tratamentos eficazes, o que torna vital a prevenção e a deteção precoce da função cognitiva relacionada à idade.
Um estudo realizado por uma equipa de investigadores da China permitiu descobrir que várias escolhas de estilo de vida estão ligadas à função cognitiva como, por exemplo, atividade física, dieta e sono. No entanto, os efeitos do sódio e do potássio dietéticos na função cognitiva não foram explorados em detalhe.
Num estudo propetivo, publicado no jornal KeAi Global Transitions, os especialistas analisaram o impacto do sódio e potássio, proporção de sódio para potássio, e de sal na função cognitiva de um grupo de 4.213 idosos na China, com pelo menos 50 anos de idade no início da investigação. Os resultados basearam-se em testes cognitivos e auto-relato dos participantes.
Foi possível verificar que uma alta ingestão de sódio (> 5.593,2 mg/dia) e uma alta relação sódio/potássio (> 3,8/dia) aumentavam o risco de comprometimento da memória em idosos. Por outro lado, níveis mais altos de ingestão de potássio (> 1.653,3 mg/dia) foram associados a uma maior pontuação cognitiva. A pontuação média do teste cognitivo (13,44 na linha de base, pontuação total foi de 27,00) aumentou em ~1 ponto quando 1.000 mg/dia de sódio foi substituído por uma ingestão igual de potássio.
Os investigadores basearam-se ainda em estudos anteriores tendo demonstrado que os efeitos do sódio dietético, proporção sódio/potássio e potássio na função cognitiva têm o potencial de ser mediados por doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, enquanto a relação entre sal e função cognitiva pode ser mediada pelo sono.
Embora a China tente restringir sal e sódio na dieta das pessoas há mais de uma década, a ingestão da população continua assustadoramente alta, superando muitos outros países. E o problema é que essa alta ingestão de sal é geralmente acompanhada por consumo insuficiente de potássio (neste estudo 1.499,0 mg/dia versus o nível recomendado de 3.600 mg/dia).
Os resultados do estudo também confirmam descobertas anteriores de que a proporção dietética de sódio para potássio pode fornecer uma medida melhor de como esses elementos afetam a função cognitiva, do que observar apenas os valores separados de sódio ou potássio.
Segundo Ai Zhao, as descobertas sugerem que diminuir a ingestão de sódio e aumentar adequadamente a de potássio é benéfico para a função cognitiva.
Devido aos resultados do estudo e à situação nutricional dos chineses, torna-se importante que outras investigações no futuro se concentrem na determinação da proporção ideal de sódio e potássio na dieta dos idosos. O desenvolvimento de estratégias para melhorar a relação sódio/potássio nas dietas chinesas deve ser uma prioridade.
