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Tomar vários medicamentos pode aumentar risco de reações adversas

Com o aumento da expetativa de vida os idosos estão a viver mais tempo, muitas vezes com multimorbilidade, sendo cada vez mais complexo cuidar dessa população. Para o clínico geral, estimar os benefícios e danos de um medicamento numa pessoa idosa é particularmente desafiador, pois comorbilidades, medicamentos concomitantes, farmacocinética e farmacodinâmica podem afetar o resultado clínico.

Tomar vários medicamentos pode aumentar risco de reações adversas

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Um estudo realizado por investigadores da University College Cork, na República da Irlanda, permitiu concluir que os idosos que tomam dez, ou mais, medicamentos têm maior risco de sofrer reações adversas, e o sexo feminino, no geral, mais risco de uma reação negativa.

A investigação, publicada no British Journal of General Practice, apurou que um em cada quatro idosos apresenta reações adversas a comprimidos prescritos pelo seu médico de família. Os medicamentos mais comumente associados a reações adversas incluem os utilizados para tratar pressão alta e outras doenças cardíacas, analgésicos fortes como o tramadol e antibióticos como a amoxicilina. Entre os efeitos incluem-se: boca seca, inchaço do tornozelo, dores de cabeça e náuseas.

Importa referir que as reações adversas aos medicamentos podem ser difíceis de identificar em idosos medicamente complexos, pois muitas vezes apresentam-se como sintomas inespecíficos.

O estudo monitorizou 592 pacientes com 70 anos, ou mais, em mais de 15 consultórios na República da Irlanda, durante um período de seis anos, tendo-se verificado que um em cada quatro experimentou pelo menos uma reação adversa a medicamentos.

Os investigadores concluíram que os pacientes que tomavam dez, ou mais, medicamentos tinham um risco três vezes maior de sofrer uma reação. Já as mulheres eram 50% mais vulneráveis a estas reações do que os homens.
A maioria das reações adversas identificadas foram leves e facilmente resolvidas, no entanto, cerca de 11% foram moderadas, na sua gravidade, tendo oito indivíduos sido hospitalizados.

À medida que se envelhece é mais provável que se viva com várias condições de saúde a longo prazo que requerem vários medicamentos.
Emma Wallace, coautora do estudo, considera que, por essa razão, seria boa ideia os idosos, em particular os que tomam dez ou mais medicamentos de uso prolongado, fazerem uma revisão da medicação com o seu médico ou farmacêutico com alguma regularidade.

Isto porque retirar medicamentos ineficazes ou aqueles que deixaram de ser indicados clinicamente é uma abordagem para reduzir o risco de reações adversas aos medicamentos em pacientes idosos.

Fonte: Tupam Editores

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