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TSH pode prevenir a doença de Alzheimer em mulheres em risco

Um estudo realizado por investigadores da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, permitiu apurar que a Terapia de Substituição Hormonal (TSH) pode ajudar a prevenir a doença de Alzheimer em mulheres em risco.

TSH pode prevenir a doença de Alzheimer em mulheres em risco

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A investigação, publicada no jornal Alzheimer's Research and Therapy, mostrou que a utilização da TSH está associada a melhor memória, cognição e maior volume cerebral mais tarde na vida entre as mulheres que possuem o gene APOE4 – o gene fator de risco mais forte para a doença de Alzheimer.

Segundo a professora Anne-Marie Minihane, líder do estudo, sabe-se que 25% das mulheres no Reino Unido são portadoras do gene APOE4 e que quase dois terços dos pacientes com Alzheimer são mulheres. Além de viverem mais, acredita-se que o facto se deva aos efeitos da menopausa e à influência do fator de risco genético APOE4, que é maior no sexo feminino.

O objetivo dos investigadores era descobrir se a TSH poderia prevenir o declínio cognitivo em portadoras do gene APOE4 em risco. A equipa estudou dados de 1.178 mulheres que participaram da Iniciativa Europeia de Prevenção da Doença de Alzheimer, criada para estudar a saúde cerebral dos participantes ao longo do tempo.

O projeto abrangeu 10 países e analisou os cérebros das participantes de “saudável” até um diagnóstico de demência em alguns. Fizeram parte do estudo pessoas com mais de 50 anos e sem demência. Os especialistas estudaram os seus resultados para analisar o impacto da TSH em mulheres portadoras do genótipo APOE4.

Descobriu-se, então, que a utilização da TSH está associada a melhor memória e maiores volumes cerebrais entre os portadores do gene APOE4 em risco. As associações eram particularmente evidentes quando a TSH foi introduzido no início – durante a transição para a menopausa, conhecida como perimenopausa.

Os efeitos da TSH neste estudo de observação, se confirmados num ensaio de intervenção, equivaleriam a uma idade cerebral vários anos mais jovem.

Na investigação foram analisadas associações com cognição e volumes cerebrais utilizando exames de ressonância magnética. Não foram analisados casos de demência, mas o desempenho cognitivo e os volumes cerebrais mais baixos são preditivos de risco futuro de demência.

O Professor Michael Hornberger, da Norwich Medical School da UEA, realça que ainda é muito cedo para dizer com certeza que a TSH reduz o risco de demência em mulheres, mas as descobertas destacam a importância potencial da TSH e da medicina personalizada na redução do risco de Alzheimer.

A próxima etapa desta investigação será realizar um teste de intervenção para confirmar o impacto de iniciar a TSH precocemente na cognição e na saúde do cérebro. Também será importante analisar que tipos de TSH são mais benéficos.

Para os especialistas, esta importante descoberta destaca a necessidade de desafiar muitas suposições sobre a doença de Alzheimer precoce e o seu tratamento, especialmente quando se considera a saúde do cérebro das mulheres.
O efeito na cognição e nas alterações cerebrais na ressonância magnética apoia a ideia de que a TSH tem benefícios tangíveis, no entanto, esses resultados iniciais necessitam de ser replicados noutras populações.

Fonte: Tupam Editores

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