BIOMEDICINA

Lagartas podem substituir mamíferos no estudo de doenças humanas

Os ratinhos têm sido a espinha dorsal da investigação biomédica há décadas, incluindo em estudos para entender o cancro e testar novos tratamentos. No entanto, os roedores podem vir a ser substituídos num futuro próximo.

Lagartas podem substituir mamíferos no estudo de doenças humanas

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A segurança e eficácia dos novos medicamentos é testada em modelos animais antes da sua aprovação para ensaios clínicos em humanos. Mas os cientistas do Sloan Kettering Institute, Hospital do Cancro de Nova Iorque, estão a tentar desenvolver alternativas que diminuam o número de mamíferos nas pesquisas biomédicas – um resultado positivo por si só, mas que também poderia reduzir custos e acelerar resultados.

Um estudo recentemente publicado na revista Nature Communications, da autoria de Jan Grimm e colaboradores de várias universidades na Alemanha e na Suíça, demonstrou que as lagartas podem ser usadas como uma alternativa aos modelos de roedores para estudar a inflamação intestinal – um fator de risco para o desenvolvimento de cancro colorretal.

Segundo Grimm, na investigação foram utilizadas as lagartas da espécie Manduca sexta, em alternativa aos ratinhos, pois estas apresentam um elevado grau de semelhança com a estrutura e a fisiologia do intestino humano. As lagartas são basicamente apenas um intestino longo, o que as torna excelentes modelos para estudar doenças inflamatórias intestinais.

Além disso, como cerca de 75% dos genes causadores de doenças humanas conhecidos têm homólogos em insetos, esses modelos poderiam ser úteis em futuros estudos pré-clínicos noutras doenças, incluindo cancro, diabetes, neurodegeneração e infeções.

Uma das várias razões para a substituição é o facto de as lagartas serem grandes o suficiente para serem visualizadas com os mesmos instrumentos usados nos pacientes humanos, como, por exemplo, tomografia computadorizada, ressonância magnética e tomografia por emissão de positrões (PET).

Importa mencionar ainda que os roedores têm um crescimento muito lento e são mais dispendiosos para manter e abrigar, em comparação com os invertebrados. Com a utilização das lagartas as experiências também enfrentam menos burocracia, o que acaba por acelerar a investigação.

Fonte: Tupam Editores

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