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Cérebros com níveis mais elevados de vitamina D funcionam melhor

À medida que a população vai envelhecendo, o número de pessoas com demência tem vindo a aumentar. Atualmente, estima-se que mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com demência, e este número deve aumentar para 139 milhões até 2050. Os cientistas estão cada vez mais empenhados em descobrir tratamentos que possam retardar ou interromper a doença mas para isso é vital compreender melhor os fatores que a podem causar.

Cérebros com níveis mais elevados de vitamina D funcionam melhor

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Com este objetivo, especialistas da Universidade Tufts, nos EUA, examinaram os níveis de vitamina D no tecido cerebral, especificamente em adultos com taxas variáveis de declínio cognitivo, tendo concluído que as pessoas com níveis mais altos desta vitamina no cérebro tinham melhor função cognitiva, ou seja, eram menos atingidas pela demência.

Segundo a professora Sarah Booth, coordenadora da equipa, esta investigação reforça a importância de analisar de que forma os alimentos e os nutrientes criam resiliência para proteger o cérebro envelhecido contra doenças como o Alzheimer e outras demências relacionadas.

A vitamina D é o elemento essencial de muitas funções no organismo, incluindo respostas imunológicas e a manutenção de ossos saudáveis. Os investigadores queriam descobrir se esta vitamina está presente no cérebro e, se estiver, de que forma essas concentrações estão ligadas ao declínio cognitivo.

A equipa examinou amostras de tecido cerebral de 290 participantes do Rush Memory and Aging Project, um estudo de longo prazo sobre a doença de Alzheimer que teve início em 1997. Os investigadores da Universidade Rush, nos EUA, avaliaram a função cognitiva dos participantes, pessoas mais velhas sem sinais de comprometimento cognitivo, à medida que envelheciam, e analisaram irregularidades no seu tecido cerebral após a morte.

Os especialistas da Universidade Tufts procuraram vitamina D em quatro regiões do cérebro: duas associadas a alterações ligadas à doença de Alzheimer; uma associada a formas de demência ligadas ao fluxo sanguíneo, e uma região sem nenhuma associação conhecida com declínio cognitivo relacionado à doença de Alzheimer ou doença vascular.

Constataram, então, que a vitamina D estava realmente presente no tecido cerebral, e altos níveis desta em todas estas regiões do cérebro estavam relacionadas com uma melhor função cognitiva.

No entanto, os níveis de vitamina D no cérebro não se associaram a nenhum dos marcadores fisiológicos ligados à doença de Alzheimer no cérebro estudado, incluindo acúmulo de placa amiloide, demência de corpos de Lewy ou evidência de derrames crónicos ou microscópicos. Isto significa que ainda não está claro exatamente como a vitamina D pode afetar a função cerebral.

Kyla Shea, principal autora do estudo, refere que a demência é multifatorial e muitos dos mecanismos patológicos subjacentes a ela não foram bem caracterizados.
Agora sabe-se que a vitamina D está presente em quantidades razoáveis no cérebro humano e parece estar relacionada a um menor declínio da função cognitiva, no entanto, são necessárias mais investigações para identificar a neuropatologia à qual esta vitamina está ligada no cérebro antes de se começar a projetar intervenções futuras.

Fonte: Tupam Editores

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