MEDICAMENTO

Mulheres têm mais efeitos colaterais a fármacos do que os homens

Um estudo realizado por uma equipa de investigadores da Universidade Nacional da Austrália (ANU) permitiu concluir que as mulheres têm até 75% mais probabilidades de sofrer reações adversas a medicamentos prescritos do que os homens devido a uma série de diferenças nas características entre os sexos – um facto que deveria ser levado em consideração no tratamento das doenças.

Mulheres têm mais efeitos colaterais a fármacos do que os homens

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Segundo a Dra. Laura Wilson, principal autora da investigação, anteriormente estas reações adversas eram atribuídas a diferenças no peso corporal, mas a realidade não é assim tão simples. Muitas vezes as mulheres tomam a mesma dose de medicamentos que os homens, apesar de terem, em média, um peso corporal menor, o que significa que estão a receber uma dose relativa mais alta.

No estudo foram analisados mais de dois milhões de pontos de dados, capturando mais de 300 características em ratinhos, um modelo de doença pré-clínica, tendo ficado evidente que as fêmeas não são apenas versões menores dos machos, o que significa que é improvável que as reações medicamentosas sejam aliviadas ajustando a dosagem para o peso corporal dos animais.

A análise revelou diferenças entre os sexos em muitas características que não podem ser explicadas pelo peso corporal, como, por exemplo, níveis de ferro e temperatura corporal, características morfológicas como gordura armazenada e variabilidade da frequência cardíaca.

Os investigadores referem que se sabe muito menos sobre como as mulheres vivenciam a doença. A maioria das investigações biomédicas foi realizada em células masculinas ou em animais machos, e supõe-se que quaisquer resultados também se apliquem às mulheres.

Mas a verdade é que homens e mulheres experimentam as doenças de maneira diferente, incluindo a forma como estas se desenvolvem, a sua duração, gravidade dos sintomas e a eficácia das opções de tratamento.
O facto de as características das mulheres não terem sido estudadas nem levadas em consideração no desenvolvimento dos medicamentos e dos tratamentos dá origem a um resultado sempre pior para estas.

Os especialistas referem que este estudo, publicado da revista científica Nature Communications, pode ajudar a esclarecer a natureza das diferenças na resposta a certos medicamentos em homens e mulheres e revelar um caminho para reduzir as reações aos mesmos.

Fonte: Tupam Editores

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