Terapia com laser melhora problemas de memória de curto prazo
Uma forma de terapia com laser denominada fotobiomodulação transcraniana (tPBM) é eficaz a melhorar a memória de curto prazo, concluiu um novo estudo levado a cabo por cientistas da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e da Universidade Normal de Pequim, na China. Os resultados revelaram que a técnica, segura e não invasiva, pode melhorar a memória de curto prazo ou de trabalho em 25%.
De forma razoavelmente simplificada, a memória humana pode ser definida como a capacidade inata do cérebro para obter, armazenar e evocar informações disponíveis no cérebro – a chamada memória biológica interna –, ou em dispositivos artificiais externos designados por memória artificial.
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A técnica estimula determinadas áreas do cérebro a partir de um laser de luz. No estudo, esta foi aplicada numa área denominada córtex pré-frontal direito, que se sabe ser importante para a memória de trabalho.
A equipa mostrou como a memória de trabalho melhorou entre os participantes da investigação após vários minutos de tratamento. Foi possível, ainda, identificar as mudanças na atividade cerebral através da monitorização por eletroencefalograma durante o tratamento e os testes.
Estudos anteriores já haviam demonstrado a capacidade da tPBM para melhorar essa memória em ratinhos, e de acelerar a velocidade de reação, a atenção e outras funções cognitivas a curto prazo em humanos, no entanto, este foi o primeiro trabalho a confirmar um benefício ligado ao ato de recordar algo.
Fizeram parte da investigação 90 indivíduos do sexo masculino e feminino com idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos. Alguns participantes foram tratados com laser de luz no córtex pré-frontal direito em comprimentos de onda de 1.064 nm, enquanto outros foram tratados num comprimento de onda mais curto, ou o tratamento foi aplicado no córtex pré-frontal esquerdo. Cada participante foi ainda tratado com um tPBM falso, ou inativo, para descartar o efeito placebo.
Após o tratamento com tPBM durante 12 minutos, os participantes passavam por testes em que precisavam de decorar orientações ou cores de itens dispostos numa tela. No fim, aqueles que passaram pelo tratamento com a tPBM com laser de luz de 1,064 nm no córtex pré-frontal direito mostraram melhorias de até 25% na performance dos desafios, em comparação com os restantes voluntários do estudo.
Os especialistas realizaram ainda eletroencefalogramas durante a investigação que indicaram mudanças na atividade cerebral associadas ao melhor desempenho da memória de curto prazo. Agora, planeiam realizar novas investigações para compreender mais detalhadamente de que maneira o estímulo provocado pelo laser consegue promover esse benefício.
Segundo o professor Ole Jensen, são necessárias outros estudos para entender exatamente por que a tPBM tem esse efeito positivo, mas é possível que a luz esteja a estimular os astrócitos nas células nervosas do córtex pré-frontal, e isso tem um efeito positivo na eficiência das células. Será ainda necessário investigar a duração desses efeitos, pois, se essas experiências levarem a uma intervenção clínica, esses benefícios deverão ser duradouros.
