CORAÇÃO

Estudo revela que zona aumenta risco de ataque cardíaco

Um estudo realizado por investigadores do Brigham and Women's Hospital, em Massachusetts, revelou que a zona, também designada por herpes zóster, muitas vezes dolorosa e incapacitante, aumenta, a longo prazo, o risco de ataque cardíaco ou de AVC. Segundo os especialistas, este risco mantém-se elevado durante 12 anos, ou mais, após um surto.

Estudo revela que zona aumenta risco de ataque cardíaco

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A zona é uma infeção viral muito incómoda, provocada pelo mesmo vírus da varicela, que se manifesta através de erupções cutâneas, normalmente compostas por pequenas bolhas com líquido (vesículas). Surge geralmente devido à reativação do mesmo vírus que causa a varicela e que, mesmo depois de curada esta doença, pode permanecer inativo nas células nervosas.
A reativação deste vírus tende a ocorrer em pessoas de idade mais avançada ou nas quais o sistema imunitário esteja de alguma forma debilitado.

Normalmente, uma infeção por herpes-zóster leva à neuralgia pós-herpética – uma dor com ardor que persiste mesmo depois que a erupção cutânea desaparecer. As evidências têm vindo a mostrar que a reativação do vírus pode levar a complicações ainda mais graves do que as já mencionadas, como derrame ou doença arterial coronária. O vírus foi encontrado em vasos sanguíneos grandes e pequenos, o que pode resultar em alterações crónicas na vasculatura e inflamação que podem aumentar o risco de bloqueio dos vasos sanguíneos e restrição do fluxo sanguíneo.

Durante o estudo, publicado no Journal of the American Heart Association, os investigadores realizaram uma revisão longitudinal prospetiva, que incluiu mais de 200.000 homens e mulheres de três grandes estudos.
A equipa recolheu informações sobre herpes zóster, AVC e doença cardíaca coronária, através de questionários, feitos a cada dois anos, confirmando os diagnósticos com os registos médicos de cada pessoa.

Nenhum dos participantes tinha história prévia de AVC ou doença arterial coronária. Estes foram acompanhados pelos especialistas durante 16 anos, para verificar se algum deles apresentava um risco maior de sofrer um derrame ou desenvolver doenças cardíacas após um surto de herpes zoster.

Os resultados mostraram que as pessoas com herpes zoster anteriormente tinham, a longo prazo, um risco 30% maior de sofrer um grande evento cardiovascular em comparação com aqueles que não tinham herpes, e esse risco mantinha-se 12 anos ou mais.

Segundo a principal autora do estudo, Sharon Curhan, as descobertas sugerem a existência de implicações a longo prazo do herpes zóster, o que destaca a importância dos esforços de saúde pública para a prevenção.

Os investigadores realçam que uma das principais limitações do seu trabalho foi o facto de grande parte dele ter sido concluído antes da vacina contra esta infeção se tornar amplamente disponível.
De qualquer forma, mesmo depois disso, poucos pacientes optaram por receber a vacina. Por essa razão, a equipa não conseguiu perceber de que forma o estado da vacinação afetou a relação entre a zona e as doenças cardiovasculares. No futuro, a epidemiologista e os colegas esperam estudar melhor essa relação.

Fonte: Tupam Editores

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