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Estudo revela benefícios da fluoretação da água para as crianças

Um estudo de sete anos coordenado por investigadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, permitiu concluir que a fluoretação da água de abastecimento pode conferir um benefício modesto à saúde bucal das crianças.

Estudo revela benefícios da fluoretação da água para as crianças

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Estes benefícios, contudo, são menores do que os evidenciados em estudos anteriores – realizados há 50 anos – quando o dentífrico com flúor estava menos disponível no Reino Unido.

O trabalho, recentemente publicado na revista Public Health Research, é o primeiro estudo contemporâneo sobre os efeitos da iniciação de um esquema de fluoretação da água no Reino Unido desde que o dentífrico com flúor se tornou amplamente disponível na década de 1970.

Durante a investigação foi avaliada a saúde bucal de duas coortes de crianças num período de seis anos em West Cumbria – onde a fluoretação da água foi reintroduzida em 2013 –, e no resto do condado de Cumbria, que se mantém livre de flúor.

Em West Cumbria, a coorte mais jovem nasceu após a fluoretação da água ter sido introduzida, o que significa que estas crianças obtiveram o efeito total da fluoretação. Na coorte mais velha as crianças tinham cerca de cinco anos quando o flúor foi reintroduzido no abastecimento de água, pelo que obtiveram principalmente o benefício para os dentes que já constavam da boca.

No final do estudo, tinham participado 1.444 crianças de cinco anos que faziam parte da coorte mais jovem e 1.192 crianças de onze anos que faziam parte da coorte mais velha.

As equipas odontológicas, que desconheciam o estado de fluoretação de cada participante, realizaram exames às crianças em intervalos regulares e fotografaram os seus dentes. Foram ainda recolhidas informações sobre a alimentação das crianças, hábitos de escovagem e atendimento odontológico.

Na coorte mais jovem, 17,4% das crianças das áreas fluoretadas tinham dentes de leite cariados, obturados ou perdidos; o número foi de 21,4% para crianças das áreas não fluoretadas, totalizando uma modesta redução de 4% na incidência de cárie.

Na coorte mais velha, 19,1% das crianças das áreas fluoretadas tinham dentes permanentes cariados, obturados ou perdidos; o número foi de 21,9% para as crianças das áreas não fluoretadas. Não existiam evidências suficientes de que a fluoretação da água previne a cárie em crianças mais velhas, sendo a diferença de 2,8%.

Nos últimos 40 anos, a proporção de crianças afetadas pela cárie caiu drasticamente. No entanto, como as cáries dentárias diminuem desproporcionalmente nos grupos mais desfavorecidos, a fluoretação deve ser considerada juntamente com medidas voltadas para as populações vulneráveis.

Segundo a Dra. Michaela Goodwin, investigadora sénior do projeto, embora a fluoretação da água seja provavelmente económica e tenha demonstrado uma melhoria na saúde bucal, deve ser cuidadosamente considerada com outras opções, principalmente à medida que a doença se concentra em grupos específicos.

A cárie dentária é uma doença não trivial daí as medidas para a combater serem tão importantes. A extração de dentes infantis sob anestesia geral é arriscada para a criança mas, ainda assim, é a razão mais comum para crianças entre os 5 e 9 anos serem submetidas a este tipo de anestesia.

Fonte: Tupam Editores

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