Privação de oxigénio ao nascer pode elevar risco cardiovascular
Um estudo observacional realizado por investigadores do Instituto Karolinska, na Suécia, mostrou que bebés que sofrem de complicações por deficiência de oxigénio ao nascer têm quase duas vezes mais probabilidades de desenvolver doenças cardiovasculares durante a infância e início da idade adulta do que crianças sem essas complicações. Ainda assim, o risco absoluto de doença cardiovascular é muito baixo em idade jovem.
Um dos mais belos e sublimes momentos que se pode vivenciar na natureza é a chegada de um novo ser. O nascimento de um ser humano não é exceção.
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O estudo, cujos resultados foram publicados na revista científica The Lancet Regional Health – Europe, pode ser o primeiro desse tipo a examinar como as complicações relacionadas à asfixia neonatal – algo que ocorre em cerca de quatro milhões de bebés por ano em todo o mundo – afeta o risco de doenças cardiovasculares mais tarde na vida. Investigações anteriores concentraram-se principalmente na associação entre asfixia no período neonatal e desenvolvimento cerebral.
Durante a investigação foram seguidos mais de 2,8 milhões de indivíduos nascidos na Suécia entre 1988 e 2018, dos quais 31.419 sofreram complicações relacionadas à asfixia ao nascer. Durante o período de acompanhamento foram identificados 4.165 casos de doença cardiovascular.
O aumento do risco foi particularmente evidente para AVC e insuficiência cardíaca, assim como para fibrilação atrial. Os especialistas tiveram em conta potenciais fatores que poderiam interferir no resultado, como o peso ao nascer e o estilo de vida materno.
Apesar do risco relativamente alto, o número absoluto de bebés que sofreram asfixia ao nascer e que têm doenças cardiovasculares é muito baixo. Foi possível verificar que após o período de acompanhamento de 30 anos, apenas 0,3% daqueles com complicações relacionadas à asfixia tiveram diagnóstico cardiovascular, em comparação com 0,15% daqueles sem complicações.
Como o estudo foi observacional, os investigadores são incapazes de estabelecer qualquer causalidade ou propor quaisquer mecanismos subjacentes.
Segundo a Dra Neda Razaz, coautora do estudo, mesmo que o risco absoluto de doença cardiovascular seja baixo numa idade jovem, ficou provado que as complicações relacionadas à asfixia no nascimento estão associadas a um maior risco de doença cardiovascular mais tarde na vida. O oxigénio é vital, e é qualidade de vida.
