DEPRESSÃO

Abordagem em musicoterapia ajuda a detetar mudanças na depressão

O estímulo sonoro acompanha o ser humano durante toda a sua existência. Instrumentos musicais, sons, canções e ritmo são algumas das ferramentas da musicoterapia. Uma equipa de investigadores ingleses propôs uma nova forma de aproveitar a musicoterapia para diagnosticar, avaliar e monitorizar a depressão.

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O estudo, realizado por especialistas da Universidade de York e do Royal College of Music, concentrou-se na importância dos comportamentos “fáticos” na musicoterapia de improvisação – uma forma de terapia durante a qual um paciente e um terapeuta interagem produzindo música juntos.

Os comportamentos fáticos na conversa podem incluir conversa fiada, interjeições e gestos que deixam a outra pessoa à vontade e fortalecem os laços sociais e a compreensão. Em caso de depressão esses comportamentos podem mudar de várias maneiras, manifestando-se através de pausas mais longas quando a pessoa fala, diminuição na velocidade da fala, queda geral no tom vocal e redução do contacto visual.

Os investigadores sugerem que existem comportamentos comunicativos semelhantes na musicoterapia improvisada. Mudanças observadas no comportamento, como tom vocal e movimentos físicos, durante essas interações musicais podem ser marcadores identificáveis e robustos do estado mental de um indivíduo e ajudar os terapeutas a diagnosticar e monitorizar a depressão nos clientes.

De acordo com a Dra. Sarah Knight, do Departamento de Psicologia da Universidade de York, numa depressão, as pessoas têm necessidades e manifestações muito diferentes.
No estudo, publicado na revista Musicae Scientiae, o objetivo era descobrir uma forma de detetar mudanças ao longo do tempo tanto para diferentes grupos de clientes, quanto para terapeutas de uma variedade de meios.

Os especialistas esperam que essa abordagem de monitorizar as mudanças de maneira sistemática possa ser aplicada de forma mais geral, como parte da estrutura de cuidados que os terapeutas oferecem.

Para a Dra Neta Spiro, do Royal College of Music, esta abordagem poderia levar a uma ferramenta útil que complementaria o atendimento interpessoal e individualizado no coração da musicoterapia.

Os investigadores reconhecem que são necessários outros estudos antes que esta abordagem possa ser implementada, particularmente uma exploração detalhada de dados comportamentais e testes rigorosos, mas referem que os smartphones e outros dispositivos digitais tornam possível capturar e analisar comportamentos relevantes, como o tom vocal e o movimento físico, sem a necessidade de investir em equipamentos de gravação sofisticados.

Fonte: Tupam Editores

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