PARKINSON

Zinco aumenta o papel protetor da albumina contra Parkinson

Há muito que se pensa que os metais pesados no corpo induzem a agregação de proteínas ligadas a doenças, mas um estudo da KAUST (Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdullah) permitiu concluir que isso nem sempre acontece.

Zinco aumenta o papel protetor da albumina contra Parkinson

DOENÇAS E TRATAMENTOS

PARKINSON, O DESCONTROLE MOTOR


Ao que parece os iões de zinco ajustam a capacidade da albumina sérica humana (HSA), uma proteína de transporte abundante no corpo, para impedir melhor a agregação da alfa-sinucleína, um processo diretamente associado à doença de Parkinson. Segundo Samah Al-Harthi, esta descoberta deve abrir novos caminhos para tratamentos preventivos.

O inesperado papel do zinco só se tornou evidente quando a estudante e o seu mentor, Łukasz Jaremko, investigaram os efeitos do metal sobre a HSA, o principal transportador de zinco no plasma sanguíneo e no fluido espinhal, sob condições fisiologicamente relevantes.

No passado outros investigadores haviam demonstrado que, em quantidades maciças irreais, o zinco tende a acelerar a agregação da alfa-sinucleína, uma proteína neuronal implicada na doença de Parkinson. No entanto, sob o tipo de condições experimentais biologicamente plausíveis consideradas por Al-Harthi, o metal na realidade interage com a HSA para causar o efeito oposto.

Utilizando uma técnica de imagem conhecida como espectroscopia por ressonância magnética nuclear sem protões, Al-Harthi e os seus colegas mostraram que a ligação do zinco altera a função de chaperona da HSA, uma molécula multifuncional que desempenha um papel no bloqueio da acumulação de alfa-sinucleína.

Em particular, os iões de zinco induziram a HSA a interações mais fortes com os fragmentos propensos à agregação da alfa-sinucleína, uma mudança que atenua a formação de fibrilas e retarda o processo tóxico de deposição de proteínas que pode levar à neurodegeneração.

Os resultados coincidem com outro relatório recente de Al-Harthi e Jaremko sobre a interação complexa entre ácidos gordos, iões de zinco e HSA. Esse relatório também exigiu uma consideração cuidadosa da fisiologia humana e das condições experimentais para mostrar como um determinado ácido gordo, usado regularmente para tratar a diabetes, pode ajudar a estabilizar a função da HSA para lidar com irregularidades metabólicas.

Ambos os artigos, de Al-Harthi e Jaremko, realçam a necessidade de pensar sobre a complexidade biológica ao investigar intrincados caminhos moleculares. Essas biomoléculas medicamente relevantes não podem ser estudadas isoladamente se se quiser fazer descobertas medicamente relevantes que possam ter uso terapêutico futuro. Os artigos foram publicados no International Journal of Biological Macromolecules and Frontiers in Chemistry.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS