Este tipo de depressão está relacionada com as mudanças de estação, por isso acontece sempre na mesma altura do ano, começa no outono e prolonga-se pelo inverno.
Não existe ainda uma causa explícita para a doença mas acredita-se que tenha uma correlação com a distância da Linha do Equador por causa do tempo de luz. Assim, quando a órbita do sol se torna mais baixa e as horas do dia mais curtas, maior a incidência de depressão sazonal.

Segundo o psiquiatra Eric Golden, existem várias justificações para o problema. Uma delas pode ser o facto de a maior parte das pessoas ficar com a agenda mais preenchida no outono, o que aumenta as responsabilidades e, consequentemente, o stress.

Alguns estudos também já confirmaram que a mudança das estações pode provocar alterações nos químicos do cérebro mas esta ligação ainda continua a ser estudada.
Sabe-se, no entanto, que o cérebro é bastante sensível ao ciclo “claro/escuro”.
Por exemplo, níveis mais baixos de luz estão associados a níveis mais baixos de serotonina, conhecida como a hormona da felicidade, e que afeta o humor. E quanto menos serotonina, maior a tendência para a tristeza e depressão.

Além desta, a luz influencia ainda a melatonina, associada ao sono. Como no inverno as noites são maiores, os níveis desta hormona aumentam, o que se traduz em fadiga e falta de energia, ambos sintomas do transtorno.

Paul Desan, professor associado de psiquiatria da Escola de Medicina de Yale, nos Estados Unidos, refere que é muito possível que a depressão sazonal comece no outono porque o cérebro já se está a preparar para o inverno – algo muito comum em pessoas que já tiveram o problema em anos anteriores, e que estão mais ansiosos porque sabem que se trata de uma época difícil do ano.

A depressão sazonal afeta, sobretudo, os países do hemisfério Norte, como é o caso de Portugal, não escolhendo idade, sexo ou posição socioeconómica, contudo, é mais comum na idade adulta e no sexo feminino, apesar de ser mais acentuada nos homens.

Os sintomas desta desordem variam mas podem incluir falta de energia, problemas de concentração, enorme vontade de ficar sozinho, mau humor, irritabilidade, fadiga, grande apetite, aumento do peso, entre outros.

Para tratar, ou até prevenir, o problema, os especialistas recomendam que ponha em prática estratégias como: Abrir as janelas da casa para permitir que entre o máximo de luz natural; Combata a preguiça na hora de levantar; No trabalho e/ou se trabalhar a partir de casa, se possível sente-se ao pé das janelas; Realize caminhadas todos os dias de preferência de manhã; Adote uma alimentação saudável; Pratique exercício físico.