BIOMEDICINA

Descobertos novos marcadores epigenéticos para cancro da próstata

Uma equipa de investigadores do Instituto Garvan de Investigação Médica, de Sydney, descobriu novos biomarcadores epigenéticos para prever formas mais agressivas de cancro da próstata.

Descobertos novos marcadores epigenéticos para cancro da próstata

DOENÇAS E TRATAMENTOS

CANCRO DA PRÓSTATA


Estes biomarcadores podem ser usados em combinação com ferramentas clínicas tradicionais para prever se um paciente desenvolverá uma forma mais metastática e letal da doença e podem ajudar os médicos a desenvolver um plano de tratamento mais eficaz.

O cancro da próstata é, globalmente, o segundo cancro mais comum diagnosticado em homens. Após o diagnóstico, cerca de 50% dos homens vão desenvolver cancro metastático durante a vida. Normalmente, a metástase demora 15 ou mais anos para se desenvolver, mas uma pequena percentagem de homens desenvolve uma forma metastática fatal muito mais cedo após o diagnóstico.

Ao identificar os pacientes que podem desenvolver essa forma de cancro da próstata nos estágios iniciais, os médicos podem dar início a tratamentos mais agressivos mais cedo.

O novo estudo, publicado na revista Clinical and Translational Medicine, é um dos estudos moleculares mais abrangentes e de longo prazo da progressão do cancro de próstata.
Os investigadores analisaram amostras de 185 homens cuja próstata havia sido removida devido a um diagnóstico de cancro de próstata nas décadas de 1990 e 2000. A equipa identificou o número de homens que sobreviveram e aqueles que morreram da doença, alguns mais de 15 anos depois.

Após a análise dos seus genomas, os especialistas identificaram 1.420 regiões específicas para o cancro de próstata, onde observaram mudanças epigenéticas – marcas no ADN, conhecidas como metilação do ADN. O processo de metilação pode aumentar ou diminuir a atividade de um gene sem alterar a sequência de ADN, como faz uma mutação.

Dessas regiões, foram ainda estudados 18 genes, de onde se destacou um como biomarcador chave, o gene CACNA2D4, que está envolvido na regulação dos canais de cálcio. Segundo a Dra Ruth Pidsley, autora do estudo, muito pouco se sabe sobre este gene, e normalmente não é perfilado, logo, é preciso entender como o processo de metilação pode suprimir a atividade do gene.

A equipa disponibilizou os dados abrangentes de sequenciamento do epigenoma a outros cientistas para usarem em investigações adicionais sobre este cancro.
Os resultados da análise do epigenoma não só revelaram diferenças em homens que tinham as formas letais e não letais de cancro da próstata, como os biomarcadores melhoraram as ferramentas clínicas existentes para o prognóstico.

As novas descobertas dão esperança de um novo caminho para o tratamento do cancro mais personalizado. A professora Lisa Horvath, líder clínico do estudo, relembra que o que se quer saber quando um paciente é diagnosticado é quem tem potencial para a forma letal e quem não tem, pois isso vai mudar a forma como se vai tratar esse cancro.

Esses biomarcadores epigenéticos têm o potencial de ajudar os especialistas a descobrir quem tem cancro da próstata letal e quem não tem. O próximo passo é alargar o estudo e determinar se os biomarcadores podem ser detetados em amostras de sangue em primeira instância.

Fonte: Tupam Editores

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