TRATAMENTO

Lúpus: tratamento experimental revela bons resultados

Após receberem um tratamento experimental para impedir que o corpo se ataque a si próprio, cinco pacientes deixaram de apresentar sintomas de lúpus. O procedimento, conhecido como terapia com células CAR-T, parece ter redefinido o sistema imunológico dos pacientes, levando a doença autoimune à remissão.

Lúpus: tratamento experimental revela bons resultados

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AS FRAGILIDADES DO SISTEMA IMUNITÁRIO


Utilizado para tratar alguns tipos de cancro mais agressivos, o tratamento envolve a remoção e transformação genética das células T que, neste caso, combatem as células B, que produzem anticorpos, e se tornam aptas para reconhecer a proteína CD19. Esta surge na superfície das células B. Depois, as células T modificadas são introduzidas nos doentes.

No estudo, publicado na revista científica Nature Medicine, todos os cinco participantes entraram em remissão sem precisar de medicamentos adicionais além das células CAR-T geneticamente modificadas. O alvo dessas células projetadas – células imunológicas essenciais para combater infeções – retornou alguns meses depois de ser destruída. Algumas dessas células estão preparadas para atacar vírus e bactérias, mas não as células saudáveis dos participantes do estudo.

As cinco pessoas tinham lúpus eritematoso sistémico (LES) com sintomas resistentes a vários medicamentos usados normalmente para o lúpus, como a hidroxicloroquina. Estudos desenvolvidos no laboratório em ratinhos sugeriram que as células CAR-T poderiam ajudar.

Então, o imunologista Georg Schett e os seus colegas retiraram células T de cada paciente e modificaram geneticamente as células para rastrear e matar todas as células produtoras de anticorpos. Todos os participantes – quatro mulheres e um homem com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos – estavam em remissão três meses após serem tratados com as células alteradas.

As células produtoras de anticorpos, chamadas células B, desapareceram das amostras de sangue quando as células CAR-T as mataram. Mas as células B são uma defesa importante contra doenças infecciosas como o sarampo. Felizmente, as células imunes não desapareceram permanentemente, alguns meses depois, a medula óssea dos pacientes havia produzido mais. As células B estavam de volta, mas o lúpus não. Isto significa que, de certa forma, se redefiniu o sistema imunológico dos jovens.

Ainda não está claro quem poderá beneficiar mais da terapia com células CAR-T. Os sintomas e a gravidade do lúpus variam de pessoa para pessoa. O tratamento pode, por exemplo, ser mais útil para pacientes que estão em estágios iniciais da doença, antes que se torne muito grave.
Ainda assim, se os futuros ensaios clínicos se mostrarem eficazes, a terapia com células CAR-T dará mais esperança aos pacientes com a doença.

O lúpus é uma doença autoimune, em que o sistema imunitário em vez de proteger o organismo, ataca-o, provocando inflamação e alteração da função do sistema afetado. A inflamação provoca dor, calor, vermelhidão e inchaço.
Não existe causa conhecida para o Lúpus e não existe cura para a doença. É uma patologia crónica, ainda que existam fases inativas e fases reativas. Pode afetar muitos órgãos e sistemas diferentes e existir formas muito diversas da doença. De facto, os sintomas variam de doente para doente e até, no mesmo doente, de período para período.

Fonte: Tupam Editores

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