MALÁRIA

Malária: nova vacina candidata promissora em ensaios clínicos

Uma nova vacina candidata contra a malária revelou, até agora, alta eficácia em ensaios clínicos e pode ser melhor do que a vacina atualmente aprovada. Mosquirix, a única vacina contra a malária aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), revelou uma eficácia modesta contra a malária sintomática, mantendo-se a necessidade de vacinas mais eficazes contra a doença.

Malária: nova vacina candidata promissora em ensaios clínicos

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MALÁRIA, FLAGELO ERRADICÁVEL


Investigadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, desenvolveram uma nova vacina candidata, denominada R21, que possui uma fórmula melhorada que visa superar os problemas que provavelmente levaram a uma menor eficácia no caso da RTS,S/AS01.

Como parte de um ensaio clínico de fase 1/2b realizado em Burkina Faso, os autores do estudo examinaram anteriormente a eficácia da vacina R21/Matrix-M após 12 meses de acompanhamento em crianças dos 5 aos 17 meses.

Foram selecionadas aleatoriamente 450 crianças para receber 3 doses da vacina R21 com uma dose baixa do adjuvante Matrix-M (25 microgramas); a vacina R21 com uma dose alta de Matrix-M (50 microgramas), ou uma vacina antirrábica no grupo controle. Refira-se que a Matrix-M se destina a aumentar a resposta imune contra a proteína de fusão CSP.

Num relatório anterior publicado no The Lancet Trusted Source, os investigadores constataram que a vacina candidata R21 com a dose mais baixa do adjuvante Matrix-M teve uma eficácia de 71% contra a malária sintomática; já a vacina R21 com a dose mais alta de adjuvante teve uma eficácia de 77% durante o período de acompanhamento de 12 meses após o regime primário de três doses.

No mesmo ensaio clínico, os investigadores administraram uma dose de reforço a 409 participantes que voltaram 12 meses após a série primária das vacinas. Examinaram, então, a eficácia da vacina durante o período de acompanhamento de 12 meses após a dose de reforço, e o período de 24 meses após a série primária de vacinas.

São comuns, no mesmo indivíduo, vários episódios de malária. Por isso, os especialistas avaliaram a eficácia da vacina contra o primeiro e vários episódios de malária sintomática.

Durante o período de 12 meses após a quarta dose de reforço, a vacina candidata R21 com a dose adjuvante baixa teve uma eficácia de 71% contra o primeiro episódio de malária sintomática, enquanto a eficácia da vacina no grupo que recebeu R21 com a dose adjuvante mais alta foi de 80%.
A eficácia da vacina R21 com a dose adjuvante mais alta contra os primeiros e múltiplos episódios de malária durante o período de 24 meses após a série primária de vacinas foi de 75% e 78%, respetivamente.

Os investigadores avaliaram ainda os níveis de anticorpos contra CSP presentes em amostras de sangue recolhidas 4 semanas após a série vacinal primária e a dose de reforço.

Os níveis de anticorpos anti-CSP após a série primária de vacinas e a dose de reforço foram correlacionados com a extensão da proteção contra um ou mais episódios de malária durante o primeiro e segundo ano de seguimento, respetivamente. Desta forma, os níveis de anticorpos contra CSP poderiam ser utilizados para avaliar o grau de proteção conferido pela vacina.
Identificou-se um declínio nos níveis de anticorpos anti-CSP 1 ano após a série primária de vacinas, e a dose de reforço restaurou os níveis de anticorpos.

A vacina candidata R21/Matrix-M foi bem tolerada e revelou efeitos colaterais aceitáveis. Mas os investigadores constataram que o pequeno tamanho da amostra do estudo poderia ter impedido a caracterização de efeitos adversos menos comuns devido à vacina.

Como parte do ensaio clínico de fase 1/2b em desenvolvimento, os especialistas pretendem acompanhar os participantes por mais 2 anos para avaliar a segurança a longo prazo da vacina candidata, assim como a potencial necessidade de doses de reforço.

Fonte: Tupam Editores

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