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Estudo revela efeitos do fentanil no cérebro

O fentanil é usado para complementar a sedação e aliviar a dor intensa durante e após a cirurgia, mas também é uma das drogas mais mortais da epidemia de opioides.

Estudo revela efeitos do fentanil no cérebro

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Numa investigação realizada por cientistas do Massachusetts General Hospital (MGH) testes à atividade elétrica do cérebro revelaram os efeitos do fentanil ao longo do tempo e indicaram que a substância interrompe a respiração das pessoas antes de outras mudanças percetíveis, e antes de perderem a consciência.

No estudo, publicado na revista científica PNAS Nexus, foram realizados eletroencefalogramas (EEG) a 25 pacientes submetidos a anestesia geral para cirurgias com duração de 2 horas ou mais. Os cientistas descobriram que certos padrões de EEG estavam associados à respiração, sedação e perda de consciência.

Segundo Patrick L. Purdon, autor sénior do estudo, constatou-se que o fentanil produz uma assinatura EEG específica distinta de outras substâncias anestésicas, o que poderia tornar possível monitorizar os seus efeitos para permitir uma administração de opioides mais segura, precisa e personalizada. Por exemplo, no caso de pacientes com Covid-19 sedados nos Cuidados Intensivos ou pacientes submetidos a cirurgia – atualmente não é possível saber se os opioides estão a funcionar nos pacientes inconscientes.

Os EEG realizados pelos cientistas revelaram ainda que o fentanil começa a prejudicar a respiração cerca de 4 minutos antes de haver qualquer mudança no estado de alerta, e em concentrações de substâncias 1.700 vezes menores do que as que causam sedação. Isto explica por que razão o fentanil é tão mortal, ou seja, interrompe a respiração das pessoas antes que se apercebam.

As descobertas revelam que nenhuma quantidade de fentanil é segura fora de um ambiente clínico com especialistas treinados. Como a exposição ao fentanil provavelmente continuará a ser um risco persistente no caso de uso ilícito, a rápida depressão respiratória observada pelos cientistas alerta para a necessidade de maior disponibilidade de unidades de observação ou supervisão médica, naloxona e de outras ferramentas para reduzir o risco de morte entre indivíduos com transtorno por uso de substâncias.

Fonte: Tupam Editores

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