Macroalga de Peniche permite retardar envelhecimento da pele
Uma macroalga existente na costa de Peniche, a Fucus sp., permite retardar o envelhecimento da pele, concluiu uma investigação realizada por uma equipa do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Instituto Politécnico de Leiria, que já viu aprovada a patente para o uso da espécie em produtos dermatológicos.

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O objetivo deste estudo científico era avaliar o potencial dermatológico de diferentes ingredientes da Fucus sp., tendo os investigadores concluído que extratos enriquecidos em florotaninos e outros componentes obtidos a partir da macroalga apresentam um marcado efeito inibidor sobre as enzimas colagenase e elastase, responsáveis pela degradação da matriz da pele e diretamente relacionadas com o processo de envelhecimento cutâneo.
O trabalho teve início com a recolha da macroalga na costa de Peniche, seguindo-se um processo de preparação da mesma nos laboratórios do MARE, que incluiu a lavagem, congelação, liofilização e trituração.
Os seus componentes bioativos foram posteriormente extraídos com diferentes solventes permitidos na indústria cosmética, de acordo com os referenciais normativos nacionais e europeus em vigor. O processo de extração utilizado permitiu a separação de diferentes classes de compostos que deram origem aos respetivos extratos enriquecidos.
Alice Martins, uma das investigadoras envolvidas no estudo, explica que o passo seguinte foi a avaliação do potencial biológico desses extractos. Para isso recorreu-se a uma série de ensaios in vitro que permitiram avaliar o seu efeito inibidor sobre as enzimas colagenase e elastase envolvidas no processo de envelhecimento cutâneo. O extrato enriquecido em compostos fenólicos revelou-se muito promissor na inibição destas enzimas, exibindo ainda uma elevada capacidade antioxidante, fotoprotetora e anti-inflamatória em linhas celulares da pele.
O próximo passo será avaliar a aplicação da macroalga num produto dermatológico que permita retardar o envelhecimento da pele, o que envolverá a otimização de formulações para aplicação tópica, assim como a realização de uma série de ensaios in vivo em voluntários humanos, de modo a avaliar a eficácia e segurança do produto final.
Para estas etapas, a equipa do MARE vai contar com a colaboração de investigadores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. A patente da investigação foi entretanto aprovada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial, estando a decorrer um pedido de patente europeia que se encontra em avaliação.