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Nova terapia utiliza smartphone para tratar tinnitus

Após 20 anos à procura de uma cura para o zumbido nos ouvidos, ou tinnitus, uma equipa de investigadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, manifestou o seu entusiasmo com os resultados de um ensaio clínico a uma terapia com base em smartphones. O estudo selecionou aleatoriamente 61 pacientes para um dos dois tratamentos, o protótipo do novo “politerapêutico digital” ou uma aplicação popular de autoajuda que produz ruído branco.

Nova terapia utiliza smartphone para tratar tinnitus

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Segundo o estudo, publicado na revista Frontiers in Neurology, a terapia é responsável por reconectar o cérebro de uma maneira que reduz o zumbido a um ruído de fundo que não tenha significado ou relevância para o ouvinte.

Para testar a eficácia desse tipo de tratamento, os especialistas reuniram 61 pessoas com tinnitus, que dividiram em dois grupos: 31 pessoas usaram a nova abordagem, denominada politerapêutica digital, enquanto as 30 restantes usaram uma aplicação de ruído branco.

Após 12 semanas, os investigadores verificaram que o grupo do politerapêutico experimentou melhorias clinicamente significativas, enquanto o outro grupo não. Na prática, 65% dos participantes que receberam a terapia relataram uma melhora. A equipa de investigação acredita que este método provavelmente terá um impacto direto no futuro tratamento do zumbido.

O zumbido é um ruído fantasma e as suas causas são complexas. Enquanto a maioria das pessoas se apercebe de tinnitus, ou zumbido nos ouvidos, em algumas ocasiões, cerca de cinco por cento experimentam-no num grau angustiante.

Para os especialistas a gravidade do zumbido é uma interação complexa entre deteção do sinal, presença de som externo e influências de atenção, memória e emoção. O estudo permite concluir que fatores psicossociais, incluindo personalidade e ambiente, afetam a expressão e o grau de gravidade do zumbido. O impacto no bem-estar das pessoas é enorme, podendo incluir problemas para dormir, dificuldade em realizar tarefas diárias e até depressão.

De acordo com o professor de audiologia Grant Searchfield, a chave para o novo tratamento é uma avaliação inicial por parte de um fonoaudiólogo que desenvolve um plano de tratamento personalizado, combinando uma variedade de ferramentas digitais, com base na experiência individual de zumbido.

Estudos anteriores descobriram que o ruído branco, aconselhamento baseado em objetivos, e outras terapias baseadas em tecnologia são eficazes para algumas pessoas em certas ocasiões. Isto é mais rápido e eficaz, levando 12 semanas em vez de 12 meses para que mais indivíduos ganhem algum controle.

O próximo passo dos investigadores é refinar o protótipo e prosseguir para testes locais e internacionais maiores com vista à aprovação por parte da FDA. A ideia é conseguir que esteja clinicamente disponível em cerca de seis meses.

Fonte: Tupam Editores

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