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O que deve saber acerca da resistência ao Paxlovid

Analista da cadeia internacional de notícias CNN, a Dra. Leana Wen, médica de emergência e professora de política e gestão de saúde na Escola de Saúde Pública do Instituto Milken da Universidade George Washington (EUA), em declarações àquela estação, disse não ter ficado surpreendida com a divulgação da notícia de que o presidente americano havia tido uma recidiva de infeção por Covid-19, após ter sido dado como curado de uma outra.

O que deve saber acerca da resistência ao Paxlovid

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A LUTA CONTRA A RESISTÊNCIA BACTERIANA


Além de analista médica daquela cadeia de notícias, Leana Wen é também autora de “Lifelines: A Doctor's Journey in the Fight for Public Health", um relato privilegiado da saúde pública e seu papel crucial, durante o combate aos opiáceos até à pandemia global, e uma história inspiradora da sua jornada de imigrante em dificuldades, até se ter tornado numa das pessoas mais influentes do país, segundo a revista Time.

Depois de ter sido diagnosticado com Covid-19 no mês passado, o presidente dos EUA recentemente testou negativo para o coronavírus, apenas para testar positivo novamente alguns dias depois, após ter tomado o medicamento antiviral Ritonavir (Paxlovid), que em alguns pacientes já havia sido associado a resultados positivos novamente para o vírus após a conclusão do tratamento.

Os especialistas designam esse fenómeno de rebote, ou seja, uma certa forma inexplicável de resistência ao medicamento Paxlovid, que já havia ocorrido antes em outros pacientes. O fármaco é um antiviral indicado para o tratamento da doença provocada pelo coronavírus 2019 (Covid-19) em adultos que não necessitam de oxigénio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão para Covid-19 mais grave.

Mas afinal o que é que acontece com o antiviral e quão comum é a possibilidade de recorrência dos sintomas? Pode isso significar que as pessoas não devem tomá-lo ou então quem deve e não deve tomar o medicamento e o que pode ser feito no caso de haver uma recorrência?

Segundo a Dra. Leana Wen, o fenómeno conhecido por rebote Paxlovid é o que acontece quando alguém com Covid-19 toma o antiviral Paxlovid, começa a recuperar, os seus sintomas melhoram, e começam a testar negativo. Então, geralmente dentro de duas semanas após o diagnóstico inicial, eles apresentam uma recorrência em seus sintomas e testam positivo para o coronavírus novamente, como aconteceu com o presidente Joe Biden. Apesar de estar a ser testado regularmente e se mantivesse assintomático, os testes voltaram a ser positivo de novo positivos.
O medicamento antiviral Paxlovid (Ritonavir) é administrado durante cinco dias para reduzir doenças graves em pessoas infetadas com Covid-19.
Ainda não se sabe com exatidão por que isso está a acontecer. Um pequeno estudo da Universidade da Califórnia, em San Diego, descobriu que isso não se deve ao fato de Paxlovid ser ineficaz contra variantes. A pequena janela temporal em que isso acontece também sugere que isso não se deve à reinfecção. Em vez disso, muitos cientistas, inclusive Leana Wen, acham que isso provavelmente se deve ao fato de Paxlovid funcionar como deveria, mas não durante tempo suficiente.
Em termos de farmacodinâmica, o Paxlovid funciona por forma a parar a replicação viral. Atualmente é recomendada a administração durante cinco dias. Talvez funcione para o período de cinco dias, mas algumas pessoas ainda têm vírus em seu organismo, após esse prazo e assim que o Paxlovid é interrompido, o vírus começa a replicar-se de novo. É provável que o Paxlovid precise ser administrado por um período mais longo, talvez sete ou 10 dias em vez de cinco dias, estudos que já estão em andamento.

Fonte: Tupam Editores

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