VARICELA

Identificados novos sintomas da varíola-dos-macacos

Investigadores alertam para a importância de dar a conhecer a nova sintomatologia, que pode ser confundida com outras doenças e que já foi detetada em cerca de 40% dos pacientes com monkeypox.

Identificados novos sintomas da varíola-dos-macacos

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Um estudo realizado em três clínicas de saúde sexual em Madrid e Barcelona, no período de 11 de maio a 29 de junho de 2022 e cujos resultados foram acompanhados até 13 de julho último, foi publicado na revista científica The Lancet e mostrou que cerca de metade dos pacientes analisados apresentou complicações que exigiram tratamento médico, principalmente para reduzir a dor associada à proctite - uma inflação do revestimento interno da mucosa retal -, ulceração na amígdala e edema peniano.

Com o objetivo de obter a caraterização clínica da infeção por varíola-dos-macacos, também o Bristish Medical Journal publicou a 28 de julho, um estudo realizado no sul de Londres (Reino Unido), envolvendo 197 participantes homens, que tiveram diagnóstico de monkeypox e identificados como gays, bissexuais ou homossexuais, cujas descobertas confirmaram uma transmissão sem precedentes do vírus da varíola, entre esta comunidade, no Reino Unido e em muitos outros países não endémicos.

De entre os participantes incluídos no estudo, 71 pacientes (36%) relataram dor retal, 33 (16,8%) dor de garganta e 31 (15,7%) edema peniano e, pelo menos 27 (13,7%) apresentavam lesões orais e 9 (4,6%) sinais de alteração nas amígdalas e 56 (31,5%) rastreados para infeções sexualmente transmissíveis, tinham uma infeção concomitante por HIV.

Entre as caraterísticas mucocutâneas e sistémicas foi observada uma associação temporal variável, o que pode sugerir uma nova evolução clínica para a doença, tendo sido identificadas novas apresentações da infeção por varíola-do-macaco, incluindo dor retal e edema peniano, condições que deverão ser incluídas nas mensagens de saúde pública para auxiliar no diagnóstico precoce e reduzir a posterior transmissão.

Os responsáveis pela investigação alertam para a importância de se dar a conhecer esta nova sintomatologia, já que, numa fase precoce, pode ser facilmente confundível com outro tipo de patologias, levando a erro no diagnóstico. A equipa considera ainda que o aumento de casos de monkeypox poderá comprometer populações mais vulneráveis, como adultos imunocomprometidos, grávidas e crianças.

Em Portugal, a presença do vírus monkeypox foi detetada pela primeira vez a 3 de maio, tendo-se registado até à primeira semana de agosto 710 casos, de acordo com o relatório da Direção-Geral da Saúde, sendo a região de Lisboa e Vale do Tejo a mais afetada.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Europa refere que se prevê um aumento do número de mortes ligadas à varíola-dos-macacos, após o anúncio das primeiras mortes fora de África, sublinhando, no entanto, que as complicações graves são raras.

Fonte: Tupam Editores

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