NUTRIÇÃO

A alimentação do futuro

Com a crise alimentar global no horizonte devido fatores como a explosão demográfica, redução das reservas de alimentos devido aos conflitos militares, a crise climática e as pandemias, faz sentido um olhar sobre a alimentação do futuro.

A alimentação do futuro

SOCIEDADE E SAÚDE

A FOME


Segundo a Gro Intelligence, uma plataforma que disponibiliza valiosa e útil informação sobre perspetivas para a agricultura, clima e economia, comunicou à Organização das Nações Unidas (ONU) em maio último, que em consequência do conflito na europa, a crise alimentar mundial se tinha agravado em mais de 15%, com as reservas de alimentos essenciais a caírem para pouco mais de 2 meses e sem perspetivas de recuperação, devido à seca em países como os EUA e a índia dois dos principais produtores e exportadores de cereais.
A agravar a situação, a escassez mundial de fertilizantes nitrogenados que na década de 1960 impulsionaram o setor agrícola beneficiando mais de 3 mil milhões de pessoas e permitindo o maior crescimento populacional humano de sempre, segundo o investigador canadiano Vaclav Smil, agora escasseiam e tanto agricultores como empresas de fertilizantes e governos tentam evitar a perda aparentemente inevitável das colheitas em todo o planeta.
Há cerca de sessenta anos atrás, imaginava-se que no futuro estaríamos a comer refeições em formato de pílula, o que ainda não aconteceu. Então pergunta-se agora aos especialistas o que acham que será a nossa alimentação daqui a 50 anos?
Nos últimos 60 anos a população mundial mais que duplicou, mas a produção global de alimentos mais que triplicou, usando apenas mais 15% de terra, o que pode parecer um grande feito, mas que tem um preço elevado para a nossa saúde e para o planeta.
Conseguimos exatamente o que projetámos para o nosso sistema alimentar. Otimizámos a forma de produzir calorias massivamente e com baixos custos, diz Scott Bowman, cofundador do Nourish Movement (um grupo de líderes mundiais que se juntaram para melhorar a saúde humana através da alimentação, de forma sustentável), agora precisamos otimizar a saúde humana e a saúde planetária. Para fazer as duas coisas, os especialistas invocam três fatores como fundamentais: sustentabilidade, tecnologia de alimentos e uso de alimentos como remédios.

Especialistas projetam que será necessário produzir até 56% mais de alimentos nos próximos 30 anos para alimentar de forma sustentável o crescimento esperado de mais 2 mil milhões de pessoas no mesmo período, o que implica fazer algumas mudanças importantes. Já se observam importantes progressos em inovação, particularmente entre uma população de agricultores mais jovens, mas é necessário que todos façam a sua parte – cientistas e agricultores, fabricantes e distribuidores, governos e organizações sem fins lucrativos e, claro, consumidores – para podemos proteger o planeta e ter alimentos nutritivos suficientes para todos.

Os agricultores de hoje, tronaram a atividade mais sustentável que nos anos 1980, diz Jack Bobo, diretor de política global de alimentos e água da Nature Conservancy dos EUA, referindo que globalmente as coisas estão melhorando, mas não tão rapidamente como seria necessário e que é preciso fazer mais e de forma diferente.

Governos e organizações de todo o mundo, enfrentam atualmente desafios de vária natureza, que passam por: encarar a agricultura através de novas abordagens, como a agricultura vertical, de precisão e edição de genoma; eliminar o desperdício de alimentos através de politicas governamentais e novas tecnologias; produzir proteínas alternativas, incluindo “carne” à base de plantas, carne cultivada, insetos e algas; embalar os alimentos de maneira inovadora para reduzir os danos, prolongar a frescura e proteger das bactérias.
A ideia de que a comida cura moléstias e de que os alimentos têm propriedades medicinais não é nova, mas a vida moderna mostrou que o oposto também é verdadeiro. A comida pode ser mortal e não é só quando inadvertidamente ingerimos algum resto bolorento esquecido no fundo do frigorífico. Um estudo alargado de 2019 revelou que a má alimentação é responsável por uma em cada cinco mortes em todo o mundo.
Estes são tempos sombrios e desafiantes, mas os jovens, hoje com uma preocupação de sustentabilidade do meio ambiente e alimentação muito elevada, mostram-se cada vez mais entusiasmados e empenhados em resolver esses problemas, o que nos dá esperança no futuro.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS