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Alimentos ultraprocessados aumentam risco de demência

Estudo da Universidade Médica de Tianjin, China, confirma relação entre alimentação e saúde mental

Alimentos ultraprocessados aumentam risco de demência

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De acordo com um estudo agora publicado na revista Neurology, cerca de 30% dos casos de demência vascular — o segundo tipo mais comum do declínio cognitivo — poderiam ser evitados retirando da nossa dieta alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, refrigerantes, batata frita congelada e enchidos.

O estudo, levado a cabo pela Universidade Médica de Tianjin, China, em que participaram 72 mil pessoas com mais de 55 anos, mostra também que uma dieta composta por ingredientes naturais ou minimamente processados tem potencial de prevenir cerca de 14% das ocorrências de Alzheimer.

É mais um estudo a indicar a relação entre alimentação e saúde cerebral, tema que desperta o interesse da ciência à medida que se espera uma explosão na prevalência dos diversos tipos de demência. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há hoje mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo que vivem com a condição, prevendo-se que em 2030 sejam 78 milhões e 139 milhões em 2050.
Alimentos ultraprocessados são produtos submetidos a processos de transformação industrial utilizando partes de vários alimentos, como por exemplo o amido retirado de um e o açúcar, de um outro, adicionando por vezes substâncias químicas artificiais para dar cor, intensificar o sabor e prolongar a sua validade. São ainda, todos aqueles que à primeira vista não conseguimos dizer de que são feitos, se desconhecermos a sua origem ou método de produção, como por exemplo as salsichas e similares. Nesta categoria entram também os refrigerantes, molhos e as embalagens de pronto-a-comer.
Segundo HuIping Li, o principal autor do estudo, “os alimentos ultraprocessados reduzem a qualidade da dieta". "Esses alimentos também podem conter aditivos alimentares ou moléculas produzidas durante o acondicionamento e o aquecimento, processos que em outros estudos, demonstraram ter efeitos negativos no raciocínio e memória”. A pesquisa, também evidenciou que a substituição dos ultraprocessados por opções naturais mais saudáveis diminuem esse risco.
A pesquisa de HuIping Li, baseia-se em um banco de dados do Reino Unido, que contém informações de saúde de habitantes da região, que tinham 55 anos ou mais e não apresentavam demência no início do estudo, tendo sido acompanhados, em média, durante 10 anos. No final da pesquisa, 518 participantes foram diagnosticados com algum tipo de degeneração da cognição ou memória.
Depois de fazer ajustes de idade, sexo, histórico familiar e outros fatores de risco, os cientistas descobriram que cada aumento de 10% na ingestão diária de ultraprocessados estava associada a um risco 25% maior de demência. Ao estimar o que aconteceria se a pessoa substituísse esse mesmo percentual de produtos desse tipo por alimentos não processados ou minimamente processados (frutas, vegetais, leite fresco e carne), a probabilidade de ter algum tipo de demência caía 19%.
O risco de ter demência em geral foi 25% maior entre os consumidores com mais apetência pelos ultraprocessados; 28% mais elevado em relação à demência vascular e 14% quanto à Alzheimer. Acresce que ingredientes como corantes, sal e gorduras modificadas também podem desencadear processos inflamatórios nas células, incluindo as do cérebro.
Ao nível da prevenção, embora os alimentos saudáveis não possam reverter um processo de demência já instalado, especialmente em pessoas com histórico familiar, a retirada dos ultraprocessados da dieta tem o potencial de ajudar pessoas que apresentam o problema e evitar a progressão da demência.

Fonte: Tupam Editores

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