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Novo estudo avalia tratamento farmacológico para insónia

Um novo estudo, financiado pelo NIHR Oxford Health Biomedical Research Centre, permitiu descobrir que dois medicamentos, a eszopiclona e o lemborexante – ambos não licenciados atualmente para o tratamento da insónia no Reino Unido – mostraram um desempenho melhor do que outros, tanto no tratamento agudo quanto no tratamento de longo prazo da insónia em adultos.

Novo estudo avalia tratamento farmacológico para insónia

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O estudo, o maior do seu tipo até hoje, envolveu 154 ensaios duplo-cegos, que incluiam 44.000 pessoas aleatoriamente selecionadas para um dos 30 medicamentos licenciados ou não licenciados, ou um placebo.

Liderada por Andrea Cipriani, professora de psiquiatria da Universidade de Oxford, a nova meta-análise procurou estimar a eficácia comparativa dos tratamentos farmacológicos para o tratamento agudo e de longo prazo de adultos com transtorno de insónia, em que a condição não é acompanhada por uma comorbidade de saúde mental, como depressão, ou doença física.

Os participantes do estudo foram avaliados quanto à qualidade do sono, os efeitos da interrupção do tratamento e à presença de quaisquer eventos adversos, como tonturas, náusea, fadiga, dor de cabeça, sedação e sonolência (sensação de sonolência).

A insónia é definida como a insatisfação com a quantidade ou qualidade do sono e está associada a pelo menos três meses de dificuldade para acordar ou manter o sono. Afeta até 20% da população e, para uma grande parte dessas pessoas, pode durar vários anos.

Cipriani salienta que a necessidade de tratar a insónia da maneira mais eficaz possível é muito importante, por poder ter efeitos diretos na saúde do paciente, na sua vida em casa e no sistema de saúde em geral.

Este estudo que utiliza o tratamento farmacológico não é uma recomendação para que os medicamentos devam ser sempre utilizados como primeira linha de apoio no tratamento da insónia, até porque alguns deles podem ter efeitos colaterais graves. No entanto, a investigação revelou que alguns desses medicamentos também podem ser eficazes e que devem ser usados na prática clínica, quando apropriado.

Embora o estudo tenha identificado que a eszopiclona pode ser eficaz no tratamento da insónia, também pode causar eventos adversos substanciais, como tonturas e náusea; já os dados de segurança do lemborexante foram inconclusivos (mas mostraram maior risco de causar dores de cabeça). Outras descobertas sugerem que não existem evidências suficientes para apoiar a prescrição de benzodiazepínicos e de zolpidem no tratamento de longo prazo da insónia.

Philip Cowen, professor de psicofarmacologia da Universidade de Oxford e co-autor do artigo, refere também que a substância lemborexante atuou através de uma via diferente no cérebro (o sistema neurotransmissor orexina), um mecanismo relativamente novo de ação. Um direcionamento mais seletivo dessa via e dos recetores do orexina pode levar a melhores tratamentos farmacológicos para a insónia.

A validade dos resultados do estudo deve ser ponderada tendo em conta as potenciais limitações da análise atual. Por exemplo, sabe-se que as pessoas tendem a ter problemas por um longo período de tempo e, infelizmente, havia apenas oito estudos a analisar o longo prazo nesta meta-análise.

Fonte: Tupam Editores

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