PSICOLOGIA

Ansiedade pode ser transmitida entre pais e filhos

As crianças têm maior propensão para serem diagnosticadas com transtorno de ansiedade quando um pai do mesmo sexo, em vez de um do sexo oposto, sofre da condição, concluiu um estudo transversal realizado por uma equipa de investigadores da Universidade Dalhousie em Halifax, Nova Escócia, no Canadá.

Ansiedade pode ser transmitida entre pais e filhos

MEDICINA E MEDICAMENTOS

INVISTA NA SUA SAÚDE


No estudo, publicado na revista científica JAMA Network Open, foi analisado o papel da “natureza versus criação” no desenvolvimento de ansiedade.
O estudo transversal de família envolveu 398 descendentes (203 do sexo feminino, 195 do sexo masculino) com uma idade média de 10 anos que já haviam participado num estudo focado em famílias com elevados riscos de transtornos psicológicos.

O trabalho foi desenvolvido para examinar a contribuição relativa dos genes e do ambiente para os transtornos de ansiedade, que se sabe que ocorrem em famílias.

Foram colocadas duas hipóteses principais: a primeira afirmava que se a genética fosse o fator principal, no desenvolvimento de problemas como ansiedade, então o mais provável é que fosse diagnosticado em crianças de ambos os sexos, na mesma proporção, independentemente de ter sido a mãe ou o pai os transmissores desta condição.

Mas se as crianças estivessem a aprender e criar os mesmos hábitos que o pai ou a mãe do mesmo sexo seria esperado um padrão diferente de transmissão, nomeadamente, de mãe para filha e de pai para filho. Esta foi a hipótese confirmada pelos investigadores.

Os resultados do estudo permitiram constatar que as hipóteses de um diagnóstico de transtorno de ansiedade ao longo da vida na prole aumentou proporcionalmente ao número de pais com transtornos de ansiedade – especificamente, a ansiedade ocorreu em cerca de 24% daqueles cujos pais não foram afetados, em 28% das crianças com um dos pais afetados, e em 41% das crianças com ambos os pais afetados.

Para os especialistas, a principal conclusão do estudo foi que crianças com um pai ou mãe do mesmo sexo com transtorno de ansiedade tinham três vezes mais probabilidades de desenvolver a mesma condição, quando comparados com famílias onde isto não acontece.
Da mesma forma, ficou evidente que uma criança com um pai ou mãe do mesmo sexo que não sofre de ansiedade pode estar mais protegida de problemas como este. Essas crianças têm, segundo o estudo, uma probabilidade menor em 38% de vir a desenvolver um transtorno de ansiedade.

Segundo Barbara Pavlova, autora principal do estudo, os resultados sugerem que as crianças aprendem a ter um comportamento ansioso com os seus pais, e isso significa que a transmissão da ansiedade dos pais para os filhos pode ser evitável.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS