HEPATOLOGIA

Desenvolvido tratamento para doença hepática genética rara

Investigadores da Escola de Medicina da Universidade de Saint Louis, nos EUA, em colaboração com a Arrowhead Pharmaceuticals e a Takeda Pharmaceuticals, revelaram o primeiro medicamento eficaz para tratar uma doença hepática genética rara que anteriormente só podia ser tratada com um transplante hepático.

Desenvolvido tratamento para doença hepática genética rara

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DOENÇAS HEPÁTICAS


O estudo multicêntrico, fase 2, aberto, investigou a segurança e a eficácia do fazirsiran, um medicamento de interferência de RNA, em pacientes com idades compreendidas entre os 18 e 75 anos com doença hepática associada à deficiência de alfa-1 antitripsina (AAT). A AAT é uma proteína produzida no fígado e libertada no sangue em grandes quantidades para ajudar a proteger o corpo ao evitar infeções.

Para Jeffrey Teckman, autor sénior do estudo, este é o culminar de mais de uma década de trabalho para curar esta doença, e uma parte significativa do trabalho foi realizado aqui.
Teckman é uma das principais autoridades em deficiência de AAT, que afeta 1 em 3.500 nascimentos e causa doença pulmonar grave em adultos ou doença hepática em adultos e crianças.

Os sintomas podem incluir falta de ar e sibilos, infeções repetidas dos pulmões, pele amarelada, fadiga, cirrose hepática, insuficiência hepática e até morte. Os afetados pela doença geralmente não são diagnosticados ou são diagnosticados erroneamente como doença hepática gordurosa, asma ou doença pulmonar relacionada ao tabagismo. O diagnóstico pode ser suspeitado ao encontrar baixos níveis de AAT no sangue e confirmado por testes genéticos.

Teckman refere que quando estava na faculdade de medicina aprendera que a redução da fibrose hepática, ou tecido cicatricial no fígado, com deficiência de AAT era impossível, mas agora sabe-se que se pode reverter esse processo em humanos com efeitos colaterais mínimos.

O colaborador de longa data Arrowhead Pharmaceuticals utilizou a tecnologia durante o teste, permitindo que os médicos desligassem um gene no fígado humano quase sem efeitos colaterais.

Neste caso, optou-se por desligar o gene anormal alfa-1 antitripsina no fígado, e o novo medicamento pode fazer isso de forma eficaz, interrompendo a doença e permitindo que o fígado se cure.

O próximo objetivo da equipa de investigadores é expandir o estudo internacional a mais pacientes adultos e crianças em colaboração com a Takeda Pharmaceuticals.
O artigo foi publicado online no New England Journal of Medicine.

Fonte: Tupam Editores

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