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Melanoma: nova tecnologia de perfil genético revela biomarcadores

Um novo estudo liderado por investigadores da Universidade da Califórnia em Davis lançou luz sobre biomarcadores específicos do tipo celular, ou sinais, do melanoma.

Melanoma: nova tecnologia de perfil genético revela biomarcadores

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O melanoma, o mais mortal dos cancros de pele comuns, é curável com um diagnóstico e tratamento precoces. No entanto, diagnosticar o melanoma clinicamente e ao microscópio pode ser complicado devido aos chamados nevos melanocíticos – também conhecidos como marcas de nascença, ou sinais, que não são cancerígenos.

O desenvolvimento do melanoma é um processo de várias etapas em que os melanócitos, ou as células da pele que contêm melanina, sofrem mutações e proliferam. Identificar adequadamente o melanoma num estágio inicial é fundamental para melhorar a sobrevivência dos pacientes.

Segundo Maija Kiuru, autora do estudo, os biomarcadores da evolução precoce do melanoma e a sua origem dentro do tumor e o microambiente são uma chave potencial para o diagnóstico precoce do melanoma.
Para desvendar o mistério, os especialistas usaram perfil de RNA espacial de alta complexidade para identificar padrões distintos de expressão dos genes entre os tipos de células durante o desenvolvimento do melanoma. Este tipo de abordagem permite estudar a expressão de centenas ou milhares de genes sem interromper a arquitetura nativa do tumor.

Durante o estudo, publicado no Journal of Investigative Dermatology, foi examinada a expressão de mais de 1000 genes em 134 regiões de interesse enriquecidas por melanócitos, uma célula da pele e dos olhos que produz o pigmento chamado melanina, assim como queratinócitos vizinhos ou células imunes. O tecido examinado veio de biópsias de 12 tumores de pacientes, que variavam entre benignos a malignos, utilizando o NanoString GeoMx Digital Spatial Profiler.

Descobriu-se que os biomarcadores do melanoma são expressos por tipos celulares específicos, alguns pelas células tumorais, mas outros por células vizinhas no chamado microambiente tumoral.

A observação mais impressionante foi que o S100A8, que é um conhecido marcador de melanoma que se acredita que seja expresso por células imunes, foi expresso por queratinócitos que compõem a camada mais externa da pele, denominada epiderme. Os biomarcadores do melanoma na epiderme foram muito negligenciados no passado.

Os queratinócitos são células epidérmicas que possuem múltiplas funções, incluindo formar uma barreira contra microrganismos, calor, perda de água e radiação ultravioleta. Os queratinócitos normais também controlam o crescimento dos melanócitos.

Os investigadores descobriram que o S100A8 é expresso por queratinócitos no microambiente tumoral durante o crescimento do melanoma. Analisaram ainda a expressão de S100A8 em 252 tumores melanocíticos benignos e malignos, que revelaram uma expressão proeminente de S100A8 derivada de queratinócitos no melanoma, mas não em tumores benignos. Isto sugere que a expressão de S100A8 na epiderme pode ser um indicador detetável do desenvolvimento do melanoma.

Muitos testes moleculares para diagnóstico e prognóstico do melanoma estão a ser gradualmente introduzidos, mas ainda faltam marcadores do desenvolvimento inicial do melanoma, particularmente no microambiente tumoral.
Além disso, embora o tratamento do melanoma metastático tenha mudado drasticamente desde o desenvolvimento das terapias com inibidores do checkpoint imunológico, os biomarcadores que prevêem a sobrevivência de um paciente livre de cancro são em grande parte desconhecidos.

Investigações anteriores utilizaram métodos sofisticados, incluindo o sequenciamento de RNA de célula única, mas concentraram-se basicamente em metástases de melanoma ou crescimentos de tumores secundários. Isso negligenciou o microambiente dos queratinócitos de melanomas primários.

Fonte: Tupam Editores

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