ALIMENTAÇÃO

Nanossensor deteta pesticidas na casca de frutas

Investigadores do Instituto Karolinska, na Suécia, desenvolveram um sensor para detetar pesticidas em frutas em poucos minutos. A técnica, descrita na revista Advanced Science, usa nanopartículas de prata pulverizadas para aumentar o sinal emitido pelos compostos químicos perigosos. Os especialistas esperam que esses nanossensores possam ajudar a descobrir pesticidas alimentares antes do consumo.

Nanossensor deteta pesticidas na casca de frutas

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Segundo Georgios Sotiriou, co-autor do estudo, os relatórios mostram que até metade de todas as frutas vendidas na UE contêm resíduos de pesticidas que, em maiores quantidades, têm sido associados a problemas de saúde humana.
No entanto, as técnicas atuais para detetar pesticidas em produtos individuais antes do consumo são restritas devido ao elevado custo e à fabricação complicada dos sensores. Para superar isso, desenvolveram-se nanossensores baratos e reprodutíveis que podem ser usados para identificar vestígios de pesticidas nas frutas, por exemplo, no supermercado.

A tecnologia, denominada SERS (sigla em inglês para espalhamento Raman aprimorado pela superfície), é uma poderosa técnica de deteção que pode aumentar os sinais de diagnóstico de biomoléculas em mais de 1 milhão de vezes. No estudo, os especialistas criaram um nanossensor SERS utilizando pulverização a quente – uma técnica bem estabelecida para depositar revestimento metálico – para inserir pequenas gotas de nanopartículas de prata numa superfície de vidro, formando o sensor.

Seguidamente ajustaram a distância entre as nanopartículas de prata individuais de forma a aumentar a sua sensibilidade e aplicaram uma fina camada de corante marcador nos sensores e usaram um espectrómetro para descobrir as suas impressões digitais moleculares.

Os sensores detetaram de forma confiável e uniforme os sinais moleculares e o seu desempenho permaneceu intacto quando testados novamente após 2,5 meses, o que realça o potencial de vida útil e viabilidade para produção em larga escala.

Para testar a aplicação prática dos sensores, a equipa calibrou-os para detetarem baixas concentrações de paration (etil paration), um inseticida agrícola proibido ou restrito na maioria dos países. Uma pequena quantidade do inseticida foi colocada em parte de uma maçã, e os sensores confirmaram a presença dos agrotóxicos.

Os sensores conseguem detetar resíduos de pesticidas na superfície das maçãs num curto período de cinco minutos sem destruir a fruta e, apesar de ser necessário a sua validação em estudos maiores desenvolveu-se uma aplicação prática para testes de segurança alimentar antes do consumo.
Após o sucesso desta invenção, os investigadores pretendem descobrir se os nano-sensores também podem ser aplicados noutras áreas.

Fonte: Tupam Editores

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